Revista do Ensino - v.1, n.1, 07 set 1911

REVISTA DO ENSINO um tinteiro, uma estante, etc. Mas esses objectos peio seu tama: nho, pela sua constituição, pela quantidade de detalhes, não só deixam de ser simples e faceis, como soffrem pelos effeitos de perspectiva uma grande alteração em sua fórma r eal, obrigando assim á criança um esforço muito maior de interpretação á sua execução, devendo reduzil-os, proporcionalmente (o que será dif– ficilimo em crianças de pouca idade, sinão .irhpossivel) ao es– paço dado no papel; é, pois, mais racional dar-lhes objectos usuaes de pequenas dimensões cuja execução deve ser da mesma medida que o modelo original. , Eis porque adoptamos o seguinte prog ramma, rio curso primario, de desenho: Damos ás crianças do 1° e 2° annos primarios uma bóia, uma caixa, (ou caixas de varias dimensões e fórmas, porém pe– quenas), um rôlo, etc; mas para obtermos esses modeios de uma perfeição acabada, .nós vamos encont1:al-os em alguns solidos geometricos comummente usados. Eis em largos traços o ponto de partida, a orientação, ·e o r esultado pratir.o desse nosso methodo de ensino, que, orgulhosos de seus seguros effeitos por nós obtidos sem ex– cepção de um alumno, temos praticado aqui . No desenvolver deste artigo e a seu tempo, publicaremos exemplos, do que affirmamos, com crianças do nosso meio soci&l, exemplos, ali ás que, mostram o quanto é facil o desenvolver a intelligencia infantil quando o mestre sq,be mandar fazer por ellas. Como evolução do ensino do desenho para o nobre fim almejado, basta rapidamente lembrar•nos de que, em França, o uso de estampas que era o methodo Ravaisson, fôra pro– hibido cm 1878, substituído pelo de Guillaume, que consistia na aprendizagem pelo alumno, das linhas, suas_ divisões em partes iguaes, avaliação de suas relações entre. s1t traçados de figuras geometricas, figuras humanas e de ammaes, methodo esse que subsistiu até 1909, sendo a partir d' ahi substituído pelo actual que só admitte o modelo natural como unico a ser ·usado e por isso mesmo interpretado pelos alumnos.:- De ha muito nos vimos batendo por esse ideal e não poucos dissabores teinos_ tido 9uerendo,_ a tod<;> transe, eles• truir por comple to, a nocrva rotm_a colomal. Felizmente a vi– étoria annuncia-se inteira e pronussora. Temos em mãos o Annuario do Ensino do Estado de S . Paulo, publicação organisada p ela directoria geral de In· strucção Publica, por ordem do G<;>verno do E s tado, (1909-1910) deste anno, e nelle lemos o segumte: « melhor methodo, como o de todas as demais disciplinas é o que responder as neces– sidades, accomodar-se ás predilecções naturaes da criança, é o que, eqi sumrna, tiver por base a psychologia infantil ~. E em uma classe de 15 a 20 crianças, perguntaremos nós, poderá o professor adoptar um methodo para cada alumno visto como o caracter, o sentimento, a indole, a psychologia, emfim, varia

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