Revista do Ensino - v.1, n.1, 07 set 1911
REVISTA DO ENSINO 21 o Ensino de desenho Por THEODORO BRAGA Com o à esenvolvim.ento dos programmas de ensino, exi– gindo cada vez mais o estudo aprofundado e util das ma tarias que compõem o curso de humanidades que vai tornar apto o alumno para a especialisação de sua carreira a seguir na vida pratica, o ensino de desenho, até então privativo aos profis- . sionaes, passou successivamente do facultativo ao estado actual d e obrigatoriedade, conseguindo nivelar-se com· as outras materias de indispensabilidade inconcussa. Entre nós o ensino de desenho tende a entrar no ver– dad_eiro caminho, pois um grande movimento nesse sentido j á está feito qual o da prohibição absoluta do uso pernicioso dos decalques, papeis quadr iculados, copias de estampas e da reproducção pelos alumnos, em classe, do desenho, executado de estampa, pelo professor, no quadro negro, etc. P ara nos convencermos ctisto basta revermos os program– mas officiaes. Não ha muito tempo, esteve aqui entre nós, um distincto artista de S. Paulo, em propaganda de uma publicação sua, para o ensino de desenho, que consistia n'uma ser ie de cader– nos em que, gradativamente do simples ao complicadoi eram estampadas fig uras, ao lado das quaes ellas mesmas eram re– produzidas em traços finíssimos afim de serem cobertos p elos alumnos. Tivemos, n'essa occasião, a energia bastante para protestarmos contra tal propaganda como altamente nociva ao estudo da creança e ao bolso do responsavel por esta. Feliz– mente a estas hor as tal publicação deve estar eliminada do Estado de S. Paulo, porque o decreto n.º 2005 de :13 de F eve– r eiro de 1911 approvando e mandando observar o progr amma de ensino para as escolas isoladas do E s tado, estatúe : 4: o pro– gramma de ensino de desenho é vasto: todos _os objectos usu– aes e sêres que pódem ser observados pela criança », e o P ro– gramma dos exames ? e sufficiencia das_E scolas Normaes Pri– marias, de 18 de Abril de 1911, determma o desenho do na– tural, copias de obj ectos usuaes, de folhas, de· plantas, de flô– r es, de animaes e de solidos geome tricos isolados ou agrupados. . O nosso method? de ensino de desenho, pensamos com Justa razão, ser o umco que possa traz er resultados dura– douros e beneficos; servir~ sempre p ara tudo que se relacione co!Il ~ ~6rma e com o senti~ento d _arte .quando delle precisar o m?1viduo, e é a sua maneira pratica que procuraremos aqui expor.
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