Revista do Ensino - v.1, n.1, 07 set 1911
.;, REVISTA DO ENSINO 19 Primeiro, o do diluvium, épocha durante a qual o homem partilhaV& 11. Europa com o Mammuth, o Urso das cavernas, o Rhinoceros trichordiinos: é a edade da pedra lascada ou palaeolithica. . Segundo, a edade da pedra polida, épocha caracterizada por bellas ar– ma3, mstrumentos feitos de sílex e d'outras espécies de pedras, mas dmante a qual os homens não conheciam nenhum metal, salvo o oiro, que parece ter sido ás vezes empregado como ornamento: é a épocha neolithica. Terceiro, a edade do bronze, durante a qual essa liga foi empregada na fabricação dm: armas e dos instrumentos cortantes de toda a sorte. Quarto, a edade do ferro, durante a qual esse metal substituiu o bronze, na fabricação das armas, dos machados, das facas, etc. Exàminando as várias raças de selvagens existentes no planeta, en– contram-se essas phases diversas da evolução do homem primitivo. Hamy comparou particularmente os, productos da indústria ou das artes paleontológicas aos que s"e vêem hoje nas diversas populações selváti– cas. Esse aproximamento levou-o à assign11lar as relações curiosas que e~s– tem entre o homem mioceno e os Tasmanianos ou os .Australianos; entre os contemporáneos do mammuth e os Oceanianos; entre os caçadores de reunas e os Lapões, os Esquimós e os Tchuktchis. Geralmente fallando, pód~ dizer-se, que o uso dos metaes e conhecido ha muito tempo na Europa, na Asia e na Africa, emquanto que na América, na Austrália e nas ilhas da Ocoania, todos os utensílios e armas eram, até estes quatro últimos seculos, feitos de madeira, de osso, de pedra ou maté– rias semelhantes. As nações meio.civilizadas da América Central formavam uma excepção a esta regra, pois conheciam o uso do bronze. Os índios ' da América do Norte tinham tambem machados de cobre, mas eram simples– mente fe itos a marteladas, sem que recorressem ao fogo na sua fabric11ção. Não somente os p1·oductos da indústria servem ao estudo comparativo do homem prehistririco oom os selvagens actuaes. A anthropologia, por seu lado, accumulou argumentos de immenso valor, estudando os cránios e os– sos vários dos esquelAtos, encontrados nas escavações, e procurando recons- tituir os typos humanos a que pertenceram. . . . O celebre cránio achado na caverna de Neanderthal e assim descr1pto por Huley: < ExamiLJando por todos os lados este cráni_o~ •obsei:vand? a de– pressão vertical, a enorme espessurn das arcadas super c1hares, o occ1put fu. gidio ou a longa e recta sutura escamosa, encontramos sempre o caracter simiesco, e é certamen te o cráuio humano mais pibhecoide ,que se descobriu.> Quatrefages, adversário da tbeoria da evolução, affirma que no cránio do Neanderthal a capacidade é ainda mais do dôbro do que a do maior gorilla ( 1.220 cc. para 550 cc.). Schaaffhausen _reconhec~ que esse crán~o é, em ca– pacidade, pelo menos egual ao tlos Malaios, supenor ao dos lndus de curto talhe. O buraco de la Naulette continha uma maxilla, que se tornou nota– vel. Dupont, fallando d 'ella, descreve: e . .• olhada na face interna offerece um tal declive de traz para diante da par~e symphysárict, que se é levado a vêr aí um prognathismo inteiramente animal.•. Os al véolos dos caninos, embora muito aproximados dos alvéolo~ dos incisiyos e molares, lembram– nos a disposiçfto que se observa ua max1lla do macaco... O que parece mais extranho ainda, é que os_ trPs alvéol~s dos. g~ossos molares apresentam abso– lutamente 11, ordem typica do ma::ullar s1miano, pelo augmeuto progressivo dos alvéolos do primeiro ao segundo e ao t~rceiro molar.> . .. ~uatrefages, se~pre pru~ente em. evitar analogias pithecoides, de que Foi mim1go ya]oroso, du:, refermdo-se a raça. de Canstadt: e A julgar por uma maxilla isolada, celebre C<'m o nome de maxilla de la Naulette, o mento
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