Revista do Ensino - v.1, n.1, 07 set 1911
1 ' REVISTA DO ENSINO 7 identicas; não é sem interresse citar a sua oplillao derivada d'um ponto de vista extremo-opposto: « N'ayant pas la bonne fortuna de posséder d'inebianlables axiomes, le savant s'est habituá a conside– rer comme provisoires ses idées et ses principes les plus sfues et les mieux fondés, et il est toujourn prêt a les mocüfier á la suite de nou– velles exp~riences ... Nos reflexions ne peuvent indiqaer au chercheur qu' un üléal, dont la realisation approchée et progressive reste reser– vée à l'avenir. » Ainda observa: « 11 applique ( le savant) -avec re– connaissance à ses propes recherches les aides et les indicatione que contiennent les travaux anterieures. Il ajoute souvent aussi, et, sans remarquer, les erreurs de ses predecesseurs et de ses contempôraines aux siennes propres. " ( 5) . Lançando uma ·vista de conjnncto sobre todas as sciencias nós vemol-as constituindo uma grande unidade, proveniente da relação em que estão todos os phenomenos. Existem .duas grandes ordens de relações: as relações do conhecimento considerado em si mesmo, e as relações da natureza, ou o espírito de um lado e o mundo exterior do outro. O escôpo da philosophia é considerar em conjuncto todos os phenomenos, reunindo os dois generos de relações em uma unidade inte– gra½ é este o seu ponto de partida, em que ella apparece desdobrada em duas sciencias fundamentaes : a psychologia :i a logica. O estudo dos phenomenos integralizados assume o.inda um segundo aspecto, dando logar a concepção do mundo, ou a. interpertação do universo 6) La Co11naissa11ce et/ l' Erreur, l,racl. Ma,·cel Dtifour, eh. I, pag. 26. e 27.-Macb ten– tando separar ~s dois ramos de conhecimento não faz sinão unil-os, applicando á sciencin os caracteres da pbilosophie. A exclusão empírica da phllosopbia que se dá isoladamente nlum pen– sador, tal como Macb, é n que se verifica de um modo geral na historia da philosophia, desde Bacon. Newton foi um soie11tista e não um phllosopbo: eis ahi uma asser~ão que agrada aos empiristas; nega-se assim a pbilosopbia e esquece-se, n'um pensador, que todas as vantagens e progressos que elle trouxe á scienoin resultaram do conjuncto da sua doutrina, do caracter geral do systhema, da wiicla'de do seu pensamento. Da Sciencia integrnlliada colhem-se os re– sultados e rotula-se com o nome de sciencia em opposlção ã methaphysicn. Na obra oit. Mach tem em vista um problema metapbysico, mas as suas primeiras palavras são estas: •Sans êtrA philosophe !e moins du monde, snns même en accepter !e nom, !e snvant n le besoin imperieux de êxamlner les méthodes-pnr lesquelles li ncquiert ou êtend ses connnissances.•· Um pouco mais adiante elle escreve: «Pendnnt !'biver 1896-1896 j'ai fnit sur lo psycologio et ln logique de la recbercbe scientifique uu cours ou j'ni essnié de ramener nutnnt que pos– slble ln psyohologie de la rechreche scientifique à des pensées autoobtones de sciences .•... J'ni toujours éprouvé un vif intêrét pour les sciences voisines de ln mienne et pour la philoso– phie; mais je n'ni pu nnturellement que les pnrcourit· en amateur. Je dis nvec Schuppe: !e pnys du trnnscendant m'est fermé, et, en outre, je déclnre ouvertemen~ que ses habitants ne peu– vent nullement exciter ma curios1t6 soientifique.• (Préfnce, pag 7, 8, 9,). Entre O desdem nas. oido de um preconceito transparente nas suas polovras, Mach reconhece o vnlor do estudo da philosophia que não é senão esta unidade, que elle apenas vislumbra porque é apavorado. A critica á obra de Mach deduz-se das suas proprias palavras; elle não encara com O interesse e o profundeza necessarios as soiencins !undamentaes do pbilosophin; este estudo impedil-o-ln de applicor ao conhecimento a hypothese biologico. Transpondo um pouco os limites da phy– sica niio chega a desenvecilhar-se d'elln, e as suas pesquizas incompletas da philosopbia fazem que a aubmetta n'os princípios das solencins particulares.
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