Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jul - Dez. 1895
o 207 uma monlaria esguia e por isso escoteira. O Tarlarugas é raso na bocca; na baixa mar um vaslo lençol de lama se estende d(l margem a margem; sómente no seu rego central escorre uma lenue camada d'agua de menos de um palmo de altura. Era dia de quarto de lua, eslanrlo-se portanto em aguas mortas, não podia haver suspeita de qne houvesse pororoca, no entanto a 150 ou 200 metros acima da s ua foz, a pequena distancia de nós , rebentou clla con1 um a dous palmos de. alturn. Sua marcha morosa deu-nos ensejo de acompa– nhai-a por cerca ele um quarlo de ltom algumas vezes sobre o pequeno ban zeiro que seguia a pdmeirn onda, oulras vezes care – cendo remar compassadamente, afim de nào ullrapassal-a, lão va– garnsamente ella se desdobrava pelo iga rapé, cujo leito lama roso cm parle se achava descob~t'lo. A que causa all rihuir a pororoca? Satisfaz a explicação dada por Babinet que, trnlando da barl'(i rfc .flnl do Sena, assim se exprime: « Agora, graças aos lrnbalhos de Lagrange e do Sr. Russel, sabemos que a marcha das ondas é re– la t·rlada em uma agua menos profunda, comprehendemos sem clif– ficulciade a causa da calaracta do flux o, quando a maré chega em certas paragens da bacia do Sena. Effeclivamenle, em lodas as localidades nas quacs a agua se toma de menos em menos profun– da, ns p1·imeiras ondas, retardadas pela falta de profundidade, scrilo ultrapassadas pelas seguintes que cami nham em uma agua mais profunchl, e eslas serilO lambem alcançadas pelas ·que as se– guem, ele modo que as ondas anteriores sendo ultrapassadas em velocidade por lodas aquellas que as seguem, e~las ullimas cal1irft0 e111 cachão, pot· cima dns ondas nnlel'iores e prnduzirão essa im– rn ensa cataracla rodanle da qual escrevi mais acima a fórma e os cffeitos ( I). - O Dr. Répin tralando da bwn das coslas de Guiné, cuja causa é a mesma do que a da pornroca nos rius, diz: " Essas ondas gi– gantescas (algnnias altingern 15 melros de altura) são bruscamente paradas na sua base pela pouca profundidade do fundo emqua nlo s ua parle s uperior, obedecendo á impulsrio r ecebida, dobra-se em enormes volutas que vem arrebenlar sem obstaculo na praia com lc rrivel fragor». A rapidez da propagaçrio da maré depende da profundidade d 'agua. Quanto mais prnfundo é um rio ou igmapé lanto mais de– pressa a maré percorre o seu curso. Ha pouco apontei a morosidade da· propagação da maré no ( 1 )-Babinet. Eludes el l~ctures snr les sciences d'observalion.
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