Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jul - Dez. 1895
202 era força que bu:;cassem 0~1lros modos d<.' ,·iver e• suslenlm·-se, muitas vezes violentos, cah111clo loLlos sohl'e as coslas do poro. -A!:sim mais, levavam os ~oYernadorcs comsigo muilos cria– dos que elles proviam nos melhores ~meios, domin:111~0 nem só as pessoas c:01110 as fazendas, e se recolhiam n. Po1·tugnl 1·1cos, quando os povos ficavam despojados_. Vendiam os pr?vim~nlos elas c:o_m- panhin!:, ni:to uma senão rnu1las vezes, _e com isso _111·:wam o rlev1clo ,. pt·cmio aos soldados velhos e he11c1ner1los e e1t:htam o Eslaclo clc- capilães e sal'gentos-mó1·cs que, para suslenlarem a vaidade do nome era fol'ça lambem que buscassem com a oppressüo allwia o que p~r oulrn via não podiam alcançar. -O mandar alislar a 11ns por sol<lauos e riscar praças a oulros ' era ainda oulro modo ele adqui rir l'orluna, mui usado do;; que go- vernavam, com lanla opprcssr10 elos que se alistavam (!Orno <lispen- dio elos que se resgaln.vnm. Com o mesmo nrlificio r enovavam <:nlpas passadas, prcncl C'ndo ~u amcaçan<lo principalmen te os mai,, poderosos, os quaes ílcav_nm 111nocc1~les logo que conl1·ibuinm <·om 0 que clelles se prelendia. .Os deliclos ficavam ~omo cl_'anles; ,-ó ernrn roubados e empobrecidos os supposlos eleltnqucnles. - Com o mesmo podei· e violencin atravessavam as fazendas dos·navios que iam áquelles porl.os, -fnzinm monopolio dellas e vcn– cl iam-n'ns pelos p1·rços exagemclos que queriam. E como emrn poucos lacs navios, vinham c~les cnrregaclo,, por conla dos que go– vernavam, com grande abal1mc11l o ele fl'clcs, pnrn se poderi'm nssilll eximil' de vexa111cs os mestres elos navios. -O que pol',;m mai s damno causava aos morado res 0.rn dis– lrnhirem os govcrnadol'es em seus se rviços µarti culares o:; inclios fnzcnclo -os f'nbric·ar na,:ios, corlar e ~C t'l',U' 111adeints, lirar breu no~ malos bem c:omo r mb1ras que se1·v1a 111 para estopa, cnxnr<.:ias 1 • ama1Tas,-1nanclanclo uns ao crarn, onlros no ambar cm dis tancia ele oilcnla, c·cm e 1nais leguas, oulr.os ao l'esgnlc dl' escravos cm lu"ares muilo clislanlcs, com longns viagens :i re111 0 feitas com gr~ndc• quanliclade_clc indios q~1c, rcpai-l idos pelos rn~raclores, has– la l'iam para remediar a ncc·css1dn<lP de lodos.- Diga-se ernborn que eslão por demais somhreatlas as côi•e,:; <l eslc quadro; a vc1:t1a~lc é que no fu 11~l~ a léla r:-presenla os perso– mwens nos seus p1'111c1 paes lraços e fe1çocs. A. p111lura refere -se cm ge~al aos clcposi~arios do pod~l' público qne lomarnm parle no o·o– verno elas colonias:, cmb~1·a d1ffcrentcs e_m c·alhegorias , foram igu;es nos clcsmanrlos. Na Ol'b1la ele s11as vnnaclas altl'ibu ições nenhum deixou ele clispulat· a palma no rcgimc1~ impuclcnlc do arbilrio abu.sam~o lod?s s?m cscrn1~ulo ela n~clornlade que lhes fôra con~ fiacl:.t. t-;a cnp1lan1n elo Para hou \'c," cc1·lo, umn on onlt·a cxtcpçãu,
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