Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jul - Dez. 1895

• \ • • 176 e nutro á n1argen1 direi la do Oyapoc, ap t·essou-se cn1 11on1ear cn1 ~ulho de 1840 por con1n1iss:1rios o_cloulor B~ t·nardo ele Sot1za Fra~1co e os gencraes l\Ianoel da C!osla P 111lo e Jac1ntho ele Senna Pel'e1r..1, afirn de daren1 con1eço aos lt·aball1os da dcn1arcn.çuo de accordo con1 os com1ni ssn.rios da França, os quaes nunca fot·an1 non1ea<.ios, sob o pretexto de que taes co n1n1i ssarios serian1 inuteis e in1profi– cuos, quando os doi s governos litigantes 11ão se tivessem antes de tudo entendido sobre a interpretação rlo artigo oitavo do lratall o de Utrecht, detcrn1i11ando por un1a negociação prévia a base da .clen1arcaçrto ! E' de ct·êr no patric,tis rno elos nossos estadistas que tên1 inter– vi11uo nesla ques tr~o. Naturaln1cnte no intuito de tern1inal-a se 111 n1uis rlelongas, o g-oYerno bruzilcit·o n.ccedeu á s1~1nelhantc alvitre, dando logo poderes ao seu plcnipotcnciario cn1 Paris pal'n. tl'alur da 11egocinção proposta e acCf! ila. i\'la: seus esforço s fo raut baldados deante das exigencias da .lf l'ança Cfne, arrastacla por nn11Jição cles - 1narr.nda, não quiz entrar cn1 11_c11hun1 accô1·do rasoavel. E as3im per1naner.en a questão até o anno ele 1853, en1 que por provocaçfto da França reataran1-se as co11ferencius intc1·ron1- pidas desde 184,!. O illustre visconde de U1·uguay foi o plenipotet1- r iario escol11ido para defender os nossos direitos, e ainda d~s la yez a França não cedeu de suas antigas pl'etenções ! Nem o Cassyp-t11·c, 11en1 o C~ounani, nen1 o Ca lçoene lhe co1vieran1 pata divisa de sua Guyana ! Nào perde ra a mi1·a do Al'aguary ! O An1azonas foi sen1- pre o seu sonl10 d0ieado (1). O_ govct·no bt·asileiro não l)Odia ser 1n.nis generoso do que o foi: cedia-lhe até os trez prin1eiros dos l'efcriclos ri os para obte r o tern10 final da c1uestão; n1as ne111 ass i1n conseguia satisfazcl-a ! Os governadores de f~aycna não t ên1 deixado de concorrer para sen1el11artle estudo de coisas, dando ao goveTno fra11 cez infor– n1açõcs que 11en1 sen1pre sfto verdadeiras . Não 1 a 1nuito, que se disse seren1 algt1ns até intel'essados nas especulações que se fazen1 na~ regiões con_testadas, en1pr:egando ell~s a força arn1acln en1 pro– veito dos sc_us _1nteresscs 1)ar~1cularcs, crtando monopolios odiosos contra os cl1re1tos tanto dos trancezcs co n10 dos l)razileiros. f-Ien ri Coudreau, _con1n1issario elo governo francez <~tn c:aye 11u du1:ante doze annos, an1da ha pouco _declal'ou ser corrente-que os a1n1gos do ~1cl_ual gove1:nado~· C~arve1n eran1 pcssoaln1ente interes– sados nas Jazidas de 011·0 ah ex1slentcs, tendo-as Casey, agente do ( 1) Souza Piuto Dir. hetcrn. tom. I, pags. 194 e segs. trata d'este e outros inci– dentes da questão. , •

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