Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jul - Dez. 1895

166 De tudo isto o ouvidor geral procede u o rc::;peclirn summario e reduziu a termo os depoimentos das testemunhas occulnrcs (1). ( r) Nos Aponlammlo do /:'st,ulv dcJ Pa:<i para a exposi~ão de Chi<::ago, pag. :;6 e seguinles,-acha-se publicada a ordem do governador ao ouvidor _geral yara proce~er a inquiriçào das pessoas que ,•iram o m1rco e os írancezes que percorriam n•atfuellas reg1oes. )i'A R epublira, jo_rnal publica~o ~~1 Bcl.:111, anno_d: 1891, ns. 313,314, 322, 3:3, e segs.. estão os depoimentos dos 111d1vduos da exped1~ao, qu~ depozeram co~o tesllmu– nhas oculares de tudo. Aqui fazemos transcrever dois depo11ncntos para satisfazer a cu– riosidade dos leitores: -Antonio Coelho da Silva, soldado d'esta praça, de idade de vinte e dois annos, testemunha jurada ao Santos Evangelhos em que puz sua m,lo direita, e de costume nada. Perguntado a elle _testemunha pelo contheúdo ~a ordem junta disse, que em Março do presente anno sah1ra deste pollo a tr<_>pa da Gu,arda-Cosla com tres :anôas arma_das, e Jnfonlaria, hinrfo por Cabo d'ella o Capitão João I aes do Amaral, e contmuando a viagem com grandes peri"os e risco de vida, chegarão ao l\lacapá e Cabo do Norte, onde fez al– gumas averiguaço~s o dito Cabo; e passando a buscar o Rio de Vicente l'inçc.n, chamado Jap oco, entrando em um ri<_>, que. entenderào se r o mesmo, praticni~do-se o g_e1~tio da terra, contou n:lo era , mas sim o R.10 chamado Cuanauy, dando outros1m por noticia, que cm um rio menor por onde tinhão passado, e que lhe ficava alraz, andnv:\o Francezes, os quaes se resolveo a b1_1scar o Com1J!a11tla11te, e no ditl scguin~c _os encontrou; e perguntan– do-lhes a razão que tmhào para virem e entrarem nos clomm1os de Portugal, lhe derào cm respostà \'inhão ao colllrâclo de Papag ayós e Bidtos, sem que passassem por mares e costa da nossa Corôa; pois só entravào pelo l{io ele Vicente l'inçon e d'ahi vinh:-.o por terra de Aldeya cm Aldeya pelos ln Jios seus compadres, que sf,o dos dominios d'csla Coróa de Portugal; e mandando-os com effeito o dito Cabo, que despejassem, e se reco– lhes~em its suas terras, ou Colonia de Cayn11rr, porque não os fazendo os traria presos, assim o promellerão fazer, e com efleito na volta qne fez a mesma tropa de Guerra, os nào achou, mas sim uns trez lndios, que procmavam as nossas canôas, e se recolheram a ellas, que derão por noticia andar com os rlilos Francezes lndios nossos e o Pn'ncipnl {,'ua1J1ii cabeça rios A ron11s, andando todos ªlls resgates e assaltos de 1 ndios e tendo o favor cios ditos F'r~ncezes de Cay1111a para onde os passão, de ct.ja qualidade erão tam– bém os Indios, que vicrão nas canõas: E declarou mais, que passando o ·dito rio Cutma– ny, assi1J1a referido, buscando a tropa o Rio de Vicente Pinçon ou Japoc/l, chegara a a entrada d' ellc, e ahy fazen~o. nas bocas d'_el_lc d~ uma e outra parte a diligencia de en· contrar com_os m_arcos que d1_v1de~n os ?omtmos d esta Co1õa cios de !·rança, il uma parte, e boca do dito R,o, em uma 1m11111te11t 1a de um monte, a que elle testemunha srbio com o Cabo, e mais alguns soldados, pegando se its raizes de maio do dito monte lhes succc– cieu com felicidade lofarm, no c11me d'dle uma pedra e rocha 11at,wal de comprimmto fJ/lllCll mais de ti·,•z palmos, e fora de te, ra 11m, onde se v itio armas, e ;,'e//ns ns cinco 'l''.i11as de P orlllfal, das fjlltt.•s tirara o m,·s:no Cabo c~pias, q11e recolht!ra asy; e mais ntio ,l,ss~, e o que dito ~em sabe pelo \'er, e ~ais ra_,zOes ditas, e assignou com o dito Doutor Ouvidor geral.- D1ogo Leytão de l\lme1da, o E screvy.-Antonio Coelho da Silva. · -Antonio i\lonteiro, soldado d'esla praç1, ele idade dé 23 annos, léslemunha jurada aos Santos E v.mgelhos, em que pôz sua mão direita e I romelleo dizer verdade, e de cos– tume nada. Perguntado elle testemunha pelo contheúdo da Ordem juntn, disse que em i\larço do prese_nle airn? sah ira_ do l?orto d'esta cidade a tropa ela Guarda-Costa com trez canoas_ gunrn_ec1das.de mfanlana, hmdo po~ Cabo d'e)la o Capitão João Paes do Amaral e segmndo viagem chegarão com grandes n scos e perfgos ao Macapá e Cabo do Nort• e c~ntinuando a buscar o Ri<_> de Vicente Pi1~'Çon ou Iapoco, chegando a outro cham; do G"ª"".")', se resolveo o dilo Cabo a praticar algum gentio, o qual certificou que em outi.o no _menor, que ficava ntraz chamado G_uayrapo se achavam Francezes, e resolven– do-se o dito Cabo a buscai-os achou no segumte sómente a dous Francezes com os quacs. o

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