Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jul - Dez. 1895
165 prioridade eia occupaçito não deixava de alentai-o na comicção desse direito geralmente admiltido na jmisprudencia de lodos os povos. Cumpre mencionar aqui um facto que lem inteira ligaçflo com o assumpto de que nos occnpamos. Querenclo o govern ador elo Pará, Joãc.da Maia da G.tma, verificar se havia marcos que divi– dissem as terras do Cabo do Norte das da col'Ôa ele ~' rança, fez segui r para ali uma commissão, confol'me as o!'dens régias que linha, sob a dil'ecção do capilM João PaC':; do Amam!, cabo da guarda-costa do Pará. Em Março d,~ 1723 partiu elle cm Li-es canôas al'madas eu1 guerra e bem gnamecidas com destino ao Oyapoc (1). Dois rnezes depois regressou ln1zendo a grata notir.ia de lei-os encontrado na margern esquerda do Oyapoc, que e1·a o mesmo l'io ele Vicente Pinson. Declnrou que, subindo á um monte quasi tal hado .i viql1e até o m0io ou com pouca esca.l'pa, J_Jegando-se ern raizcs e arras– tando-se, elle e seus companheiros chegaram êom muito Lraball10 ao cume do tal monte, e lá achai·am nma pedra e l'ocha natural, e nesta um quasi quadro de lal'gura e comprimento de pouco ma is de tres palmos, cortado pelas bandas e fóra cla Lcrra pouco mais de palmo. Declat·o11 mais que neste quadro estavam escul pidas umas armas que pai·eciam ser de uma parle as de Portugal com as cinco chagas ou reaes quinas ainda visíveis, e da oulrn uns castel– los com um leão: á roda clesla pedra achavam-se outi·as levan tadas como testemunhas ou guardas do mat·co; e urna das que f!cavam para a parte das quinas de Po1·L-ugal mostrava uma cruz como ha– bilo de Christo, o que pat'ccia jusli fl car ser ahi o marco da divisão dos domí nios de Porlugal e de Castella, ou fosse poslo pelo impe– rador Carlos V ou por Felippe quando doou a capitanía á Bento Maciel Parente. Amal'al clecll1L·o11 ainda- que no rio Counani enconlrarn alguus francezcs a quem inlimara--se rcl.i1·asssem sob pcua de pt'isão, di– zendo-lhe os indios qLi.: elles andavam resga.lando escl'avos sou a prcitecçào de Guaymã, chefe elos a.rnans, e caminlwvnm por Lerra de aldeia em altleia, aco1iselhando desobedicncia no l'ei de Portugnl. (i ) Retificamo, aqui um erro Je <luta, dundo como eíleduada em Março de 1723 a parlida do capiláo João Paes do Amaral, e não em Oulubro como diz Joaquim Caetano da Silva em sua obra, ~ 332, e o repetem outros escriptorcs. O plenario das testemunhà.s mandad~ proceder pelo go,•ernador do Pará assim o demonstra, bem tomo a ordem que elle deu ao ouvidor para tal fim, a qual teve a data de I z de Julho do mesmo anno de 1723, tempo este em que já ~ mar_n) eslava em Belém de volta de sua . commissão. As pessoas que o nc~mp:mharnm! nqmr!d;is como foram, declarn_m que parhram em M~rço. Para provai-o nlu esmo os dois deponnentos que ndcante publicamos em nota.
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