Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jul - Dez. 1895

117 Em breve se estabeleceram os abusos : nem os indios eram pagos do seu mesquinho salario, consistindo em duas va ras de panno cada. mcz, que va liam dous tostões, nem se lhes dava o tempo de liberdade, a que tinham direito. Iam ficando em casa dos moradores, que os retinham como escravos legítimos e afinal acabavam por legal-os cm testamento a seus suêcessorcs '. São in– numeros os processos que, por este moti vo, se liliga.vam perante as juntas de missões. Durante os primeiros ar111os de exislcncia da colonia, não c:weciam os conquis tadores cl'es te artificio, nem do prcle:do dos resgates, para reduzirem á escravirlã.o os indígenas; o cslado de cons tante guerra cm que viviam, o sentimento exal larlo da prnpria força, e as represa.lias a que estavam sujeitos, auclorisav:un todas as violencias. Vieram a final os missionarios, e c11tendenrlo que– " quanto mais larga fosse a porta dos capliveiros licit9s , lanto mais 11 escravos entrariam na Igreja, e se porinm a caminho da sal- 11 vação ,, - (1 ), fo ram pactuando com a pralica dos , capliveiros , acompanhando as trnpas, e decidindo da justiça cios mesmos. Na expedição que se fez em 1657 pelo Amazonas acima, até ao rio Negro, enlraram pela dita porla dos capliveiros lícitos 600 escravos; em_ 1658 , - outra missão em que iam dous padres da Companhia-, mais ~e 70~ escravo?; em 1659, cxpediç~LO ao• rio Toca nl.ins , 300; em l 660, 1u1ssào ao l'IO Negro, 300, que foram para o Maranh~o, com ~;·ande dôr .do_s mora~?res ~o Pará, ~[U: os queriam para s1. Em 1605 e 56 se lrnham leilo diversas m1ssoes, trazendo 1800 in<l!o_s es;1·avos e cei:ca de 3.000. 1:orros, en!rando ahi a missi'LO de V1e1ra, a serra de lbiapa?a, que 101 das mars pr o– rluclivas. Dos escrarns , u1~s. eram r;aplrvados pelo~ porlugueze?, outros resgalàdos do supphc10, ma? ~ prnvavel que losscm os prr– rneiros em maior numero. Não é )rc1lo s uppor que ns guerras dos · cli'o. entre s i, mesnro com o es timulo dos r esga tes , dessem lão 111 .:, • • . <rrande quantidade de pr1s10nc1r?s. . . . 0 Por alvitre do padre Anlonro V1e.1ra linha-se. assentado que a metade de Lo<lc,s os escravo 1 s , que sdc f1Ezestse 1 m, ser 1 ,_am para o pov? , t · 11 c]o se 1 1or Lodos os ogares o ' s aco, con ormc as necess1- repar 1 - . . 0 Padre Missionario ela aldeia possa dar os ditos inclios farinheiros. cedo licenç\pai~ qt;; 2 - REQUERIMENTO ele Antonio Moniz Soares que, vivendo ele 19 de 9 uiu ro e d º~ucos escravo; , requer seis indios farinheiros, por tempo de Ires suas lavouras, e tfl~es° e!: seus salarios. D ESPACHO : Attendendo à justiça <listribuitiva, mezes, pagn n clo- r t tres indios farinheiros, por espaço ele dous mezcs, e acabado concede- se_ ao sludpp icar~: rei,ostos na forma ela lei. Pari1 to <lc Julho ' dc 17 10.- 0 tempo s1gna_a o ser, . ' C mo estes muitos outros. , V o (1) VI EIRA, J<esj , mJS wp. :--SX •

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