Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jul - Dez. 1895
• ] 6 1 1501 o r ei e a l'ainha de Hespanha, Fet·na~do e faabcl, nomeara111 a Vicente Pinsqn capilM e govêrnador das tetTa5 que esse illustre navegante linha desroberto desde o Cabo de Sanlo Agos tinho a lé o rio Orenoco, com1! rehendo as regiões aclualmcnlc disputadas pela França (1). Nenhuma contestação appareceu enlào que pozesse em dúvi– da esta concessão da corôa de Hespanha, e assim cot'l'cl'am feliz– men te muilos annos, sem alteraçM algm11a. Em 1633, mais de um sec1:rlo depois, é que a França Lenlou explorar, essas Lerras, concc- . dendo poderes de conquistai-as á vmias compan hias. Nenhuma vorém poude conseguir o seu inlcnlo, sendo os seus poslos mi lita– res deslruidos pelos por tuguezes. Reslou-lhe sómente o lcLTitorio ele Caycna, enlrc o Oyapoc e o .Maroni, com oilenta leguas de • costa, conforme a primeira concessão feita pelo cardeal Richelieu , • winislt·o enLM prepolente do rei de França (2). Era lá a sécle p rin– t:ipal ela colonia l'ranceza. Em 1637 a Hespanha cl'eou a capi lanía do Cnbo elo Norte, e deu-a á Benlo Maciel Pal'ente, que então prestam serviços no Pará. Em carta régia de 1-1 ele Junho do mesmo anno, Felippe lV nem só estabeleceu as i:onclições á que ficava sujeita a doação, como 11 1a rco u os limiles das terras comprehendiclas na sua rea l numifi– ce ncia, conforme demonstra o sfguinte trecho ela referida carla: ". .... . Hei por bem e apraz de lhe fazer, corno com effeito faço por esta Carla, irrevogavel doação cnlrc vivos valecloma deste dia para lodo sempre, de juro e herdade para elle e todos os seus filhos, n etos e herdeiros e successores, que após elle vierem, assim ilescenclenlcs como trn11sversacs e collactcraes (spgundo adiante irá J eclaraclo), das terras que j azem no Cabo do Norte, com os rios que denlrn dellas estiverem, que têm pela costa elo mar trinta a quarenta leg~as de dislricto, que se c01~tnm do dito_ Cabo at~ o rio de Vicente Pmson, onde entra a reparlição das Tndms do Remo de Castella, e pela terra dentro, rio Amazonas arri ba da parte do cunal gue vae sahi1· ao mar, oiten ta para cem leguas alé o rio de Tapuyussús, c_om d?claraç~o que nas parles referidas, por o~de acabarem as dilas lrmta e cmco a r1uarenla leguas da sua Cap1la– nía, se por ão marcos de pedras, e cslcs m~ucos con crão via recla ( 1 ) Esta carta patente acha-se publicada por Joa_qui~ Caetano . da Sih•a, na s_ua umental obra L' Oyapoc ,t L ' Amazo,u , ~ 2629, assim como a séne de conferencms mon alliidimos e feitas i>or esse diHincto urnzileiro em 1858, ácerca das prctençôes da n que ., . · J • frança. De,·em-n'a ler todos os cidadãos que se mtcress:uu pe ns colsns patnns, (2) Cit. oLra L' Oy apoc d L 'A111a:011t, ~ 1906.
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