Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jul - Dez. 1895
• • ] :j • ·1 ~le ele utn inimiao audaz e l)Od~toso, como c1·.am os hollandezes e e:U, 0 r l d C , (1) e ·á se haviam apoderado da 1ol'la eza o eara . qu JE; occa 5 iãü ao-orn de r eferir o morttcinio dos naufl'a,gos arro- . dos ás praias da 1 "ilha de i\ lara.jó, conforme nos compromelle~os . fm 29 ele Junho cle .~638 nauf~·agfra nas immecliações ela bah ia cl_o Sol um navio que, vrnclo d~ Lisboa para ~ M~rai: hã?, n:10 poclein. ali ancorar e por isso seguira para o Para. 'I 1·aw1 a seu bordo o capilàO general Pedro ele Albuquerque, novo_~overnador n omea?o para. aquclle Eslado, algu~1s c~lon?s com fan~1ltas, e quarlor~e 1~\1S~ sionarios que o padre Luiz Figueira conduzia pal'a calhech1sa1 :ts ~umcrosas li-i bns de gcnlios espalhados pelo r io Xingú, ex lenso -,rnucnle do Amazonas. onde já esse virluoso sacerdole h avia pas– ~ndo alguns 111czcs, havia dois annos, com ger al conlenlamento dos nnlurnc:;. . Balcnclo n'uma r estinga, o navio abrir a agua e· horas depois c1cspN1ac·ára-se com o fo l'le emba le das ondas. Achavam-se enli\.O JH•s,;cs n'wrcs duas canôas da feitoria ele pesca que lá li nha o cnpi– irlO Pctfro Fnvel la. Dcs1 ~crta.do este por tiros de canhão dados dl' bordo, mnndou-as logo a loda pressa em socc:01To dos naufrngos. Eram :unhas tripoladas por indigcnas. Nesla.s canôas, atr acadas ao navio, cmbarc:u·am por ordem o.e Pedro de Albuquerque com prefcrcncia as mnlhcres , as crianças, tr-es r elio'iosos car melil.anos, e :dgn11s dos mai~ nr.cessilados . Acomp:mharu1,;;-n 'as o lanchu.o e o Psca1er tlo n:1v10 lnmhern carregados de gente, lodos com o rdem de reo-ressnrem sem <lemora. Na volta ~al~ou llma das_canôas, ::t qual an-ibára á ter ra, por llflO poder res1sln· ao mar agitado pelo vento e correnlezu. Embar– ca.ra1n enlüo o governador com su~ familia, lres m issionarios j e– suítas (2), e alguns outros passageiros que as chronicas nà.o no– meiam, ficando os rest:mles á espera da sua ve7. de embarcar. Aconteceu porém que o navio. se submergisse antes da terceira chegada dos llranspor~es ao nav io. fDeanle do perigo que crescia a • cada momen o, arra~Jaram os nau r~gos ú. pressa uma Losca jan– gada em_ que se arroJaram cento e_vmte pessoas , quando nrto Live– r am m_a1s _esp~ranças de o~Lro meio de sal vaçrto . , O1Lo mfehzes aproveitaram um p edaço da coberta do navio • que a sorte lhes· dep~rou,_e agar_mdo~ nelle lançaram -se ao mar , confiando o seu_deslmo a prov1denc1a. D'estes não h ouve mais nolicia. Os da Jangada e~coslaram ás praias da ilha de M.ar ajó depois de passados sete chas de fome, de vigilias e angus tias. Ifa- (1) Berrcdo-An. llisl.-ns. 653 n 678 e 745 n 752. , 2) Fmncisco Pite~, Antonio de Cnrvnlho. e Nicolau Pcreirn. •
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