Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jul - Dez. 1895
• • • • 15i ainda tem~o de julgar com maclul'eza os actos de quem iniciava a sua adminis tração, e nrw podia em tão breve periodo ter praticado tanta maldade que tornasse incompatível a sua perma.nencia na ca– pitania. Felizmente o governador teve a lembrança de fazel-o substituil' depois por Pedro Teixeira, que tinha chegado, havia pouco tempo, de sua importante commissão á Quito, e achava-se . cercado de prestigio e mer ecida consideração. Em 28 de lt'evereiro de 1640 tomára Pedro Teixeira posse da capitanía do Pa rá e, respeitado como era, conseguiu imprimir na opinião plÍblica a confiança e o sentimento de ordem, sendo o seu p rimeiro cuidado abafar as ambições desmarcadas dos corrilhos que já os havia e começavam a infestar a nascen te colonia com o~ mesmos instindos de turbulencia dos tempos modernos. Aos con– selhos e influencia de tão presta nte cidadll.O deveu a colonia o socego pelo retrahimento cios espíritos exaltados. O proprio governarlor sentiu-se abatido deante do crit.erio do seu subordinado, e r efl ectindo melhor sobre o seu procedimento, reconheceu a leviandade com que suspendera o capitilo-mór. E a rrependido, quiz logo reparar os etfeilos de sua precipitaçilo. Neste proposito a bsolveu de culpa e pena a Manuel Madeira e o fez seauir para o Pa rá com ordem de reassumir o seu cargo sem dem~ra. Entregou-lhe sessenta soldados e doze casaes de colonos destina– dos á capitania do Cabo do Norte cujo governo, reunido ao de Gu– rupá e Amazonas, j á elle tinha confiado á seu sobrinho João Velho do Valle. • Diversa por ém foi a r esolução de Manuel Madeira. Embarca- ·dos todos n ' uma caravela, elle se mancommunára com o piloto e rnudára ele rumo: ou porque se ju lgasse desmoralisado no Pará como exantorado que tinha sido, ou porque pensasse poder assim vinaar-se do governador, fez- se de vela para as chamadas- lndias Occidentaes- com toda a gente que o acompanhára. Maciel Paren– le t.ernia com razão os hollandezes que, Yiclorioso.s ao sul do B1·azil, ameaçavam invadi r as capitanías do norle. P t'ecisava por isso de fo rça bastante com que podesse repellil-os com vantagem. Qualquer conti1~ge~te que se lhe desfalcass~, fosse embora in- • s ill'nificante nãO de1xar1a de aggrava r a sua pos ição. Não lhe era • p ; is possiv;I eeceber com i~diffe ~·ença a noticla de tal deserçM. Com O fim de solicitar providencias c?~lra os desedores, e a_o mesmo tempc, salva r a sua r esponsab,hdade, tL~atou de expedir quanto antes um barco para as ~ esmas . possess~es de Hespa1~ha, pedindo soccorro á côrte de Ma~r1d por mtermed10 ~a.s auc_tor1da– dcs constituidas nessas povoa~oes, attenta a sua · critica situaçilO
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0