Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jan - Jun. 1895

S, muilo lli e de\·e, solicilanclo-as elo governo central, e não era facto sem precedentes. . , E1;11 853_ no p~ela Anlonio Gonçalves Dias f'oi-lhe con fiada a ( ,omm1sR.;;i~o d exam111a1· os archivos das diversas Províncias, e levar P/\1:a o . 10 os livros da correspondencia, que interessasse a his– toria an tiga elo Brazil. Ao desempenhar este encargo apresentou elle um Relato1·io. no qual emitia s ua opinião julgando essa medida má, pois privavá myilos escriplores vindourns de continuar as obras do Coronel lg-nacio Accioli na Bahia, e Major Baena no Pará, ele., etc. Eu enconlt·ei na Secretaria do Imperio c.s livros do Maranhão ainda amarrados como Gonçalnis Dias os entregou Já. ' Depois do governo da Hepublica já vollaram alguns livros aos s,~os lugm·es, d'onde nunca deviam ter sahido. Ainda mais algumas noticias. Conheci o Dr. Lacerda, era de estatura mediana, magro, claro um pouco Yermelho, pouca barba, olhos Yivos, e um tanto cm·~ vaclo parn diante. Lembro- me de o ler visto muilas \·ezes atravessar as ruas da Cidade de SãO Luiz, de sobrecasaca, chapéo alto, e carregando sobre o hombrn esquerdo hervas, que colhia nos arredores. De vez em quando montado n 'um cavallo muito magrn, ves– tido com calça de brim lrnnçado awl e branco, com um paletot pardo, um bonet muilo baixo e de palia para frente, um pouco grande como que parn impedir a impressilo elos raios solares, tra– zendo um cinturflO do qual pendiam um terçado e algumas facas de diversos tamanhos, sahiri elle a herborisar pelo Caminho-grande: Cutim Villa do Paço até Sã.o José de Riba-111ar. A 1 recusa do Santo Padre aos seos mais ardentes desejos de mancebo influio muito, infelizmente no seo espfrilo. Sem;Jt·e correclo e grave nunca se lhe ouvio uma queixa a tal respeito, embora vivesse sempre triste, melancolico, e como que arredado do mundo. Ninn-uem o via frequentar mais um só Templo. Rec~sarn- se sob dirersos prelC'xlos a ·ser Padt-inho de haptis- 1110 de chrisma e de casamento. 'Ainda existe no Rio de Janeiro um seo afilhado de baplismo o Desembargador Ambrosio Leib10 da Cunha, n'oulrn tempo Barão de i\lamoré. Dizi;:tm, que elle era. a~lteo : não sei; qum~do po~·?111 na rua encon tra va o sagrado viabco ou alguma p1·oc1ssão, Ja ao longe parava, descobria-se, e a pé firme e com os olltos em terra dei– xava passar o pres tilo.

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