Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jan - Jun. 1895

c,;la apenas os cl1cfes de familia. A pconagern, sc!Jados rcli– g~osos e índios não entra,,am no computo; e incluindo os que Yi– v1am cm s uas lctTas, e os que anelavam nas expedições pi:!lo inte– rior, nM eslarcrnos longe do calculçi de Manoel ela Vide Soulo– ~Inior, que, em r cpresenlaçuo clirigida ao Conselho Ullran,arino, cont:wa selec:enlos .moraclores porluguczes, nas seis capitania~, tlc que se compn_nlüt o Estado do i\faranhão e Gra1n-Pani. Em 1685. i.\fanocl Guerles Aran ha, no seu Papel polilieo, dá á cidade quinhen~ Los momclorcs; mas evidcnle1ne11l e o lcrn10 é empregado cm sen– LillO cli r crso cl'aqncllc que. vinte annos an tes, lhe prestava o padre .\n tonio Vieirrt. Eslú algari,; 1110 conconla com o ele 13e1Tetlo, que, escrevendo em J 722, cli7, ler a cidntlc de Bclcm mais de r1ui nhe11los i-isinhos. Para loda esla ge11le a rida cru cliffk il , e poucos terian1 con– seg·uido realisar as suas ambições de cou!'orlo e ric1ucza. Luxo 11M ha,·ia de cspccie nlgunrn, e os olJjeclos mais communs e de uso iwlis pensavel fnllnrnm conslanlcmcntc. D'csta geral pobrezn <liio tcslcrnunho l.odos os docu1ncnlos coérns. Os peimeirns povoadorc::: foram os soldados vindos :i conquista do i.\larnnhiiO, os quaes– " lão 111al se suslcnt.avnm qu e raro chegou 1ú1quelles princípios a " calçat· meias e sapatos n- (1). Os homens, ai11da os mais pl'inci– pac,, vcs linm-sc tl e panno de algodão, linlo de prelo; e os escra– vos, uas í\nendas; e muílas vezes m0smo na cidade, andavam nús, sem dis lincção de sexo. Em uma l'eprC'sentação ela camarn de Belcm, ao pndl'C Anlonio Víeirn , r ê-se fl qncixa de que pelas festas tlo Natal ele 1G61-cc não rierani ri cidade as fam ilias de << algun s homens nobres, por causa de suas filhas donzellas nfw ,, lerem qLic vestir, para irem ,i missa ,,- (2). E,.-.:prnbrava Vieira á camurn não havei· na cidade açougue, nem 1-ilJPira, e respondia-lhe aquclla ser impossível o remcdío,- 11 co1~10 )mpossível ; t·a haver " paga111 cnlo para da,r. 1~el~ suslc11Lo. orclmar-10 "--;--(3). Ja os co_m– pnnheiros de Peclrn l c1xe11·a se queixavam, na JOmada de Qu,to, ele que os mnis dislinctos, ~nlrc os qt!e t_inltam realisado ::t con– quista do Grnm-Pani, se viam-« anmqmllaclos Oll morrendo lle " fome, po r 11üo poderem apparcr.er_diante d~ quem os po~lem prc– " miar ,,- (4) ; e idcnlicas lamenlaçocs contmumn a ouvir-se, pol' mais de um seculo. (1) R,·.rj>. aos Ctrpit11/os, c:tp. :X :'\\·. . (2) i\Is. ela J:lib. I\ac. d e Lisbon. (3) IJom. (4) Chrbtovào da Cunhn• -N, 1 , ·,, d,·s.-abri111mlo.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0