Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jan - Jun. 1895

60 i:lorlancia alguma. Era apenas um cúes ele desembarque, e_ ~n~ 1:lonto de parlicla; mas lambem era ~ ce11lrn ele 011Lle a.s amb,çoc,, insaciaveis ilTaeliavarn, prncurnndo riquezas. . Aos dons molivos principaes, já aponlados, ela mpicln cxpan– si\.O elos colonos pelo.inlNior das lerras, precisamos a.ccrescenla1' iln\. terceiro, de lodos o ma.is effedivo, airtda qne, ele ccrlo, o me- 1 os louv.i.ve "i. 'l;otlas eslas expedições, quer seu objeclo fosse pummcn le h\.ercantil, conio na colheíla elas clrogas, quer tivessem por fim o 'clescoUritrienlo e posse de novo5 len-ilorios, reclamnvam, a.lént dos elcntPntos 111ale1'iacs ele" c,nbarcações, nrmamento e viv<:;L·o ;, um ttuirleroso pessoal ele rcmP.iros e soldados. D.t mesma fornrn tjuando se lralava elo emprezas bcllica.s, fos;scm estas conlra os ~uropeus inlrusos, ou contra os incligena.s hoslis. Era cgualmenle 11eccssal'io culliva1· a terra, parn liave1· a farinha, de que lodos se ulintentavam, e o ulgoclrw, de que a maior parle se vestiam. Co– lhia-se lambem o lahaco, depois a canna. ele nssucur, e mais tarde começou o fabri co da. aguanlenlc, nos pequenos engeHhos, cha– mados nwli,ll'le.~. Tornava-se além ü"i:;so preciso acudir á edifica– ção da cidntle, á collslrncção elos navios; e, por nlli1110, havia o serviço domestico dos mornclorcs, q11c, repulunrlo clesclouro todo o trabalho manual, nr10 podiam dispensar um sequilo llumeroso de famulos e serviçacs. . Para salisfazcr esta imperiosa e collstallle ne::c:;sidnde de lrn1- ços aclirns, 1:cconia-sc á 1nina in~xgolnvel ela raça indigcna. Os colonos seguiam o uso <le seus maiores; repeliam o que esles ha– viam fc ilo na Aft-i ca, na India, 110 Brazil. Tendo-se apossa:rlo das lerras, sujeilava rn ao caplivC!il'O os habitantes; e fazi am-n'o srm hesitação, nc1H escrnpulos, como quem exerce u111 direito inclis– culi ,:el. . Era a persi~lencia ~ln trndicção medieval, fazendo a.ppli– car as lnbu!': da Amer,ca a lei crnel da barba.l'ie anli<>a. Os se_rviços, pr~stnclos prin~eil'O aos im·aso1·cs ~m pagamenlo ele mcsqumhas clad1vas, foram depressa ll tll onus da cscravitlào. O ~11!e, a principio, ari~clles solicilnva rn com_brandura, logo depois ex,gt::tm com nrl'Oganc,a. Para vencer as rcs,stencias, tinham a. su– pcrioridacle d~s ~rrnas e o soccorTo dos _indios nlliados, qne prepa– ravan~ ? capt,ve,ro de seus c?ngeneres, mconscicntcs d'aquelle cm q~lC YlVlam._ Quando as velle1;lac~es de _rca.cçuo surgiam, era immc– d,a_la e ternvel a reprcs~M; d alu p~·ov_,nham sn!1guinolenlas repre– snltas,_com que a. ferocidade elos 111cl1ge; nas ncnTava a. cn,cza dos cc,nqmstadorcs. A severidade,_ que os poi-lugnezcs punham n'cstes casligos, · tomou-se proverbial. Quando em 1638 pa1'le tlas forças ela expe-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0