Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jan - Jun. 1895

59 mações, sobre as cobiçadas n1inas de ouro. Embarcou-se ó padre com sequito numeroso de soldados e indios; mas baldadas foran~ as s_uas pesquizas, regressando no armo seguinte, com a noticia ela morte do seelanejo, qne procura,·a. As cons tantes desillusõcs n:lo cleslróem comlurlo a enraizada convicçfLO dos colonos; as lentali vas mallogradas repetem-se, fa vo– recidas pelos governadores 1 e animadas por inspirações ela côrte, e ainda ern 17;38, o procurador do Estudo do nforanhão, Paulo cln Sil va Nunes escrevia:-" Ha perolas, aljofares, cryslal rle ped ra " finí ss ima, arnbar, muitos mineraes de prata, de ouro, e de outros " metaes; lambem ha pedras preciosas e cordE:aes além de outras « muitas preciosidades, que se consideram ainda incognitas n'aquel- " las terras ,,- (1). · Tal era a füsc inante miragem, que altraliia parn •longínquas expedições, os primeiros descobridores. Voltavam elles com as mãos vasias rios thesouros, que haviam sonhado; mas a sua missão ltistorica fôra cumprida; era a cobiça quem aln·ia á civi lisação o interior elo Novo Continente. A' falla de ouro, prata e pedras preciosas, não eram para desprezar as riquezas veget.aes, que o solo fe rtilissimo proc1uzia sem cultura. O an il, a bauni lha, o cacau, a canella, o cravo, ns gomn1as e rni zes aroma ticas abundavam no seio dc1s 111altas; reco– lher as drogas do serllio foi portanto uma das occupações .rnais que – ridas elos co lonos. Em seguida á allracçào do ouro, sem cornturlo cleslruil-a, veio esta outra tentar a avidez elos conquistadores, c1,eanclo um novo incenti vo á exploração elo tenitol'io. Pou~o·a pouco ia-se rasgando o -véo mys terioso, que, drsde a viaacm de .Orelhana, tantas tentati vas abortadas tinham rleixnclo pai;ar sobre esla parle da Arne1·ica Meridional._ Tarde haviam che– gado os porluguezc:c:, e já yor outros precedidos na clescoberl~; mas jmpellidos por seu gemo ave~turoso, e sobretudo prlo espr– rilo mercantil, em pouco tempo lmh~m levado suas e_mbarcaçoe,;; aos mais reconditos tributar10s do rio-mar. A mesqu111ha povoa-; ç:10, que ha,·iam fundado quasi á beira do oceano, nào linha im- (, ) J\1s. da llibliothcc:i. Nac. de Lisboa, Collecç1\o Pomb:ilin:i.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0