Revista da Sociedade de Estudos Paraenses Jan - Jun. 1895

. . . QUADRO DA VIDA PARAENSE SECU10 XVII Assentes os utTaiaes da lrnpa, que viera ao descobrimento elo Grnm-Pará, e levantadas as fragcis mura lhas da pri111iliva fortaleza tres objeclos principa lmente alf.L"ahiam as allcnções, e cha1navam d acliviclade dos colonos: - subjugal' os incligenas, auxiliares indis– pensaveis para os serviços manuaes e das armas, expellir os inva– sores extran hos , que se haviam adianlaclo na Llescobel'la e, em seguida, lançarem-se á cala dos lhcsouros, pelo interior do sertão. Esla ultima era a prcoccupaçào suprema, e o fim essencial da conquis ta. Ouro era o que cs lcs uvcnt~11·ei1·os, como os que os haviam precedido, prncut·av:1111; ouro dcvm ha,:cr cm abundancia, pelas margens rl'cssc rio, quasi um oceano immenso e myslerioso. E esta preoccupaç110 l1avia de resisli r, pelo Lempo nd ian lc, a tod cs os desenganos, trazendo, at6 fins do s0culo Sl!guin le, a nunca per– dida crença no fabuloso "El-clorado "· Os que, julgando invencíveis as rlifflculdacles do caminl10, ou exagerndas ns marav ilhas lla lenda, não corrilavam d'esse paiz encantado, ernbrenha,·am-se nas flores– Las e s~ndavam o leito dos rios, onde deviam enconlt·:11· os metnes pr~ciosos as pedrari::is, os aljofarcs, os cryslaes de rnchn. Esla illusão 6 ~onstante; verifica-se nos aclos dos colonos; apparece c·m numerosos documentos da cpocha. Logo qu e os francczes sahiram do Mara1~hão, foi o yri1_neiro cuidado ele Jcronymo de Albuquerque _m~ndat ~ enl? l\fo~1el a des– cobcl'la rlas minas, r1uc suppunhnm ex1sl 11 • no rio P111_rlarc. Prnvn– Yc lmcntc com fim idenli cv, o mesmo _Bento Maciel propoz-se em• 1625 n ir fazer á sua cusln o dcscobrnneulo do rio clns Amn-

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