Revista da Sociedade de Estudos Paraenses jan - jun. 1894

,.. 38 guns escl'iptores, nem nos bancos da Corôa-Grande como qne1·em outros. (1) 1\"cstc desastre morreu Ayrcs da Çunha, e._ tal accidenlc trouxe a perda total da expecl.içao por falta de quem a dirigisse com crite– rio t· energia. Ern Março de 1536 ancoraram na ilha do Maranhão os nove navios que restarnm. A gente desembarcou, e reunida for– mou uma povoaçãü com o nome de Nazai·eth, da qual nrio ha Ycs– gio algum. Nos primeiros tempos todos viveram cm pai corri os indíge– nas, mas depois deshouve:ram-se, e estes não lhes deram mn,s gnarida, queimando-lhes as plantações e casas. Fechados cm aper– tado cêrco, sem agua nem alimentação, viram-se na dura n ecessi– ~ade de fogir abandonando ludo. (2) Ninguem sabe se regressaram ao paiz natal : refere-se apenas que cm Agosto de 1538 appareceram dois caravelões na ilha de Porto-Rico e outl'o na de São Domingos com muitos colonos e gentios, solteiros e casados, livres e ~scravos, os quaes foram reli– dos por ordem do governo hcspanhol. João de Barros só pouclc reha.-er os seus dois fil hos depois de muitos trabaH10s, fadigas e despezas. (3) Ha quem ponha em duvida a pujança desta expedição, com– parando-a com a de Vasco ela Gama ,ao Oriente, com a de Colombo ao n oYo mundo, com a de Cortez ao imperio de Monlezuma, com a de P izarro ao Perú, e conclua asseverando que, r eunidas todas, não seriam tão poderosas como aquella. (4) Entretanto, ha quem affirme que os preparntivos -desta expe– Jiçrto for am tão extraorclinarios •e fizeram tanto ruido, que o em- 1- haixador hespanhol em Lisboa ch egou a crer fosse mandada 00J1- Irn os estabelecimentos que o seu paiz tinha no Rio da Prnta. (5) 1~ certo. a expedição nq,o t eria despertado a attenção publica, sP foss t• de somenos irnporlancia. E nem ha razão para negar-se o 111erecido credito ás palavras insuspeitas do donn.tario, i.eslemunha ncnl nr do facto que se pretende con testar po1· s imples conjecturas e· inr1ucções. João ele Barros, lamenlautlo o seu ínforlunio e p1·cjuizos. dr.- (1) R ev. do fml. flist. do B ra:., vol. X 11. parle 2~, pag. r 18. (2) Cit. .flút. Ger. áo Bra-.. (3) Cil. H ist. Gdr. do Braz. (4) João Francisco Lisboa, ,·oi. 11, pag. 41. (5) Cit. /& t. Geral do Bra:if.

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