Revista da Sociedade de Estudos Paraenses jan - jun. 1894
nhão que eo111pl'ühendia as letTas do Pará. (1) E na fagueira espe– rança de bom exito, .foão de Bar ros não hesitou em agenciar gente que quizesse immigrm· parn o abençoailo paiz, cujas riquez.as eram lii.o clecanladas. Não llie fa ltat·am avenlmeit·os que, dispostos a tentar fol'tuna, acudiram ao seu convifc em numero de novecentos. Ajudaram-n'o como intel'essados nesta empreza Ayrcs da Cunha e Fernão .Alva– res. 11:ra este ultimo thesoureiro-mól' do t·eino. Tambem donala– rios das mesmas tcnas, ambos mostraram-se solícitos nos apl'estos da expedição, que sahiu de Lisboa cm Outubl'o de 1535 em dez navios sob as ordens do primeiro. João de Barros fez- se representar por dois filhos seus, e :t cl'– J'!ão _\Jvares por um clelogaclo, visto não poderem sahir do rein9 sem perda dos cargos que exerciam. ,l vistanclo as Canarias, fo– maram o rumo do Brazil o chegaram á salvamento ao Recife. Ahi receberam de Duarte Coelho, donatario de Pernambuco, os inter– pretes necessarios !?ara pol-os em cornmunicação com os selva– gens, assim como uma fusta de remos que fosse adian te sondando o canal nos lugares ainda desconhecidos. Assim auxi liados, seguiram parn o norlc o quizcram estabele– cer-se em um sitio chamado Ceará-mi1-im, no Rio-Grande do Norte, mas não pocleram lograr o seu intento. Os índios p-ilci_quct1'és, uni– d~ fi muitos fran cezcs que lá já existiam, fize ram-lhes tenaz resis– lencia e os obrigaram n retirar-se, levando apenas coms igo alguns nauf'ragos de um navio hespanbol que se havia perdido, unicos que poderam 0scapar da atrocidade cios selvagens. Montando o tabo de S:10 Roque em busca do porto do Mara– nhão, csgareou a f'usta, e quasi perdida foi encontrada por um na– vio que a levou para a ilha de São Domingos. (2) E assim, sem guia que a conduzisse na costa, a expediçao tinha naturalmente de perder-se, corno era ele prever. O navio ern que ia Ayres da Cunha naufragou logo nos pal'céis élos Lençócs-Grandes conforme J e- 111onsll'n r:nnr!ido Mendes, e não no Boqueit·ao como querem~ (1) Esta carta n~o c,tá registrada nem no nrc_hivo_Jo M~nhão, nem no do l'ar:,, affirma•o Accioli-Corl(g-, Pnr. pag. 174. )fas Jol\o l-ranc1sco Lisboa a extracta no vol. IJ 1, pags. 297 a 304, como a outra de 18 ele Junho cio ~lesmo. auno ~e 1535, rela!i~a á doa?'º feita :i. F~rnão r\ lvares e il Ayres ela Cunha. F,rn assim conhrmacln n opm1ão de\ ar– nhagem d~ ;c:r mixta e composta esta cloaç:'lo. (z) Vnrnhngcm- Hü/. C,-r. do Brn:. ( \
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