Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

. REVIS'rA DA ACADEMIA PARAENSE DÉ LETR~ --~-~f~•~r..t-'!.9!t,-~~,i•.7;,...,. '!l!~l"A•n._~t~~~i~~~ { 2) G império da lei - o respeito a fé dos ·c·ontratos e os direitos adquiridos ; porque ninguem quererá vir em auxilio dos misteves' econômicos de um país que, porveotura carêça desses elementos inse– paraveis da justiça e moralidade ; 3) A mtervenção prudente, mas decidida, do govêrno, segundo o caso e as circunstâncias . O govê!'no de todo e q ualquer país tem deveres rigorosos para com t ódas as ordens e classes, que formam a coletividade ou nação. E le: náo pode cruzar os br aços diante de um mal público ou na emi– nência saoida de g1·a ves perigos, como se fóra entidade estranha, qual– qui>r que seJa a esfér a social em que se manifeste o mal, ou se re- c:c1em os pe rigos iminentes. . Gov1::rnar não e somente prover nos ca rgos, nomeando e d emi– tindo ; esta é certamente a missao menos importante do govê rno". Mas qua l a conduta legal do primeiro e do segundo dos nossos govêrnos constitucionais'! li:m vez d e consolidar, pelas bôas práticas o que a Revolução proclamara e a Constituição consagrara irrevogavelmente, ei-los um e outro preocupados da r eação, dominad os de má vontade e reivin– dictas contra o., a tos, contra as pessôas daqueles a cujo govêrno suce– deram . . •.. ~ l Começaram a desacr editar a obra da revolução, a d esmoralis ar os seu s hom1::ns e a desfazer lodos os seus a tos antes de haverem aca– bado de construir a República, antes de torná-la digna do respeito da confiança de todos . b eria incrível, si não fosse um fato pa tente incontestável. O dr. Amaro Cavalcanti quando escr eveu, em tom de censura contra a preferência dos militar es para a nomeação de cargos públi– cos civis, para os quais certamente não estavam preparados, foi ins– pirado pelos fatos desagr adá veis passados entre Deodoro e Benjamin constant e, mais tarde, entre o Marechal Floriano Peix oto e o Al– m11·ante Custódio Sá de Melo nos primeiros êrros da República do Brasil. Lembrara-se do que havia acontecido aom o Marechal Deodoro· da Fonseca, q_ue não tinha vocação para política e era um patriota simples, honrado, bom e sincero, que nunca afivelou ao rosto a mas– cora d e Janus, de que sempre se utilisaram os políticos quer na Mo– narquia quer na República (como j á afirmei no meu livro "Noções de História do Brasil e do Pará") . Deodoro assediado pela politica– gem subversiva, -não suportando mais o ambiente d e que estava cer– cado, desviou-se da Constituição e a 3 de novembro de 1891 dissolveu o Congresso Naciona l decre tando o estado d e sítio, no Rio 'e Niteroi . Esse golpe de Estado deu a impressão de um tremor de te rra em todo o país notadamente na política nacional, perturbando a har– monia reinante nas classes armadas, coêsas na questão militar e na proclamação da República. Só o P ar á, governando pelo sr . Lauro So– dré, e Rio Gr ande do Sul não aceitando êsse golpe d e Deodoro, fica – ram de pé com os pr incípios constitucionais. Então, Deodor o par a não criar maiores dificuldades à normali– sai;ão da nascente política r epublicana e cei:tamente arr enpendido dos atos inconst itucionais que praticara, renunciou a 23 de novembro de 189 1 passando o govêrno ao Marechal Floriano Peixoto, que entt·ega a pa~te da ma rinha ~o _almi~ante ç u stodio J osé de Melo o qual serviu nesse alto posto admmistrativo ate 6 de setembro de 1893 quando re– yolt.-Ou pa rte da esquadra contra o govêrno do Marec;hal Fla riano P ei-

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