Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953
4& REVISTA DA ACADE..~HA P4RA.ENBE DE' LETRAS A~..AiRO CAVALCANTI De Jorge Hurley · (Cadeira n . 30 ·_ Manoel Ba1•ata) • Publicamos abaixo a brilhante conferência pronunciada na Academia Paraense de Letras, no dia 15 de agôsto· de 1949, pelo De– sembargador .Jorge_Burley, em comemoração ao prime1ro. centenário do nascimento do grande brasileiro e jurisconsulto Amaro Cavalcanti: "Recebi desta ilustre Academia Paraense de Letras a honrosa incumbência de produzir nesta Assembléia o elogio do grande brasi– l eiro AMARO CAVALCANTE, jurisconsulto de renome e legislador democrata e constitucionista ·que representou o RIO GRANDE DO NORTE no Senado da República na Constituinte de 1889. ' AMARO CAVALCANTI nasceu na cidade de Caicó, no R. G. do Norte, a 15 de agôsto de- 1849 e h oje passa portanto, o 1 . ° Cente– nário rle seu nascimento. · Seus pais foram o professor Amaro Soares Cavalcanti de Brito e d Ana de Barros Cavalcanti. Era irmão do santo padre João Ma– ria, c uias v irtude!l fôram tão elevadas que se comunicaram a todo nor– d este brasileiro não sob a aparência de .um fanatismo mórbido mas, de verdadeiros milagres constatados p elo povo de Natal e cidades p e – los sert ões. Sobre a juventude e adolescência de A'fy'IARO CAVALCANTI informa o historiografo Dr'. Juvenal Lamartine num e studo sobre o _Mj•1istro AMARO CAVALCANTI publicado no "Diário de Natal": · "Feitos os estudos primários com seu pai transportou-se para a capi– tal maranh ense a fim de estudar humanidades. Simultaneamente e nsinou latim num colégio de S. Luiz de modo a obter o en sino gra– tuito dos preparatórios. Tinha então enti:e 10 e 12 anos de idade . . Assim fez os preparatórios como aluno e professor. Terminado o curso secundário. transferiu residência para o Re– cife em cujo comércio se empregou ". Sua .Pretenção era estudar Direito mas, infelizmente era pobre e não tinha quem lhe d ésse mésada por isso supoz que, empregando-se no comércio. pudesse comparecer às aulas. Fracassou êsse plano . dilmte do rigorismo dos patrões que, naquela época condenavam os doutores .. . "Depois, continúa, mudou-se para J3aturité, no Ceará, aí fixan– do-~e como professor em virtude de haver feito concurso para ca– deira de Latim d aquêle Município. Foi esta a sua primeira e magni– ficz. vitória , primeira das que conseguiu pelo seu esfôrço, por seu estudo. por sua tenacidade . Foi nrovisionado pela antiga Relação do Ceará com direito em tôdc1 a então Província". Paralelamente, preparou-se nas matérias que constituíam o curso jurídico . Como nã o podia ir ao Recife para os estudos e os res– p ectiv os ex ames, pleiteou autorização para fazer de uma só vez tôdas as provas de admissão dos cinco anos da Faculdade de !Direito . Ne -
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