Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

RÉ\TISTA DA AÓADEMiA PARAENSE OE LETRAS Foi Castigo de Tupan A cachoeira da Mata (Amapá) Soluça, geme e sUSJlira a cachoeira da mata, quando o rio impetuoso por suas Jledras deslisa a torrente crista lina de suas águas de prata. Ninguém pode advinhar a causa daquela dor, mas, o caboclo pagé, fumando o seu tanar.é explica, em quatro palavras, êsse segredo de amor : Foi no começo da , rida, Arí e a bela Itucê desciam o rio abraçados, quando Tupan os chamou, mas, o casal não· ouvindo foi descendo o Yauê ... Tupan soprando, à distância. fez o rio encapelar e, o meigo casal de amantes Jlor sôbre as águas se viu crescer, crescer, de repente e em pedras se transformar ! Dorida transformação ! Como um castigo perene ... gemeram as pedras do leito, no funeral da saudade, nas cachoeiras famosas do famoso Calcoene ! Eis porque gemem e soluçam, em vozes do outro mundo ... Arí culpando Itacê Itacê culpando Arí, mas ambos petrificados, ,,»esse m ist ério profundo ! Jorge Burley Acampi1Jilento da "Cachoeira das Al– mas" - R10 Ca11abulé, afluente do Rio Calçone - Amªpã - Pará às 5 \2 da tarde de 31-9-931. '

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0