Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

,. tiEVlS'!;'A -·DA ACADEMIA PARAEN$E DE LETR,A$ ·Tob1ãs Barreto balançou a cabeça afirmativamente . Dai .a .dias, a .nroposta era submetida ao Instituto e aprovada por unânimidade. Um3 semana depois, aparece na casa de 'l"obias. em Afogados. arrabald!! do Recife, um contínuo do Instituto : - O doutor está ? . ·Mandaram o homem entrar. Tobias Barreto estava deitado na rêde, lendo. - Está aqui o titulo de sócio de V. Excia. - disse o portador. - Pode deixar ai em cima da mesa ... - Mas. . . - adiantou o continuo - o doutor tem de pagar os "molumentos... Emolumentos ? - O que ? - respondeu Tobias, pondo-se de pê E irritado: - Que emolumentos coisa nenhuma ! Ser besta de graça, .vá lá ! M'as p .gar para ser besta é de mais... (Do "Correio da Manhã", do Rio, de 2712\953). HOMENAGEM DA ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS A ABELARDO CONDURú Conforme anunciamos. a Academia Amazonense de Letras prestou sig– nificativa. demonstração de aprêço e fraternidade ao Professor Abelardo Con- . durú, membro efetivo d :.t Academia Paraense de Letras e figura de alto relêvo nos círculos culturais de Belém . · · · Gx:ande número de assistentes locupletou o amplo- salão do Sllogeu, 'no– tando-se a presença da fina flõr da intelectualidade amazonense·. Eram 20 horas e 30 minutos, qu1ndo teve início a sessão, ficando a mesa solene com– posta dó presidente, escritor Pericies Morais. do Exmo. · Sr. Dom Alberto Ra– mos. Arcebispo Metropolitano, e do homenageado. Professor Abelardo Condurú. •., Abrindo a sessão o presidente leu as pal~vras protocolares. traçando com distinção e brilho o panonma Uterário do Pará, e pondo cm relêvo a altà. figura de homem de letras que é o sr . Abelardo Condurú. O acadêmico Salignac e Sousa desincumbiu-se luminosamente da missão que lhe conferiu a Academia, proferindo soberba ai.ocução, mantendo o audi– tório ~uspenso de seus lábios, pelo f ascínio permanente de suas l~agen~ mul– ticoloridas e de sua palavra invariàvelmente culta e fidalga, de verdadeiro ora– dor ateniense, dêsses que vão haurir na Hélade imortal o t om orient31 dos triunfos tribunicios. ,O sr. Abelardo Condurú. visivelmente comovido, agradeceu a homena– gem ,de seus confrades do Amazonns, prestando em sua pessoa um preito de amizade ao Silogeu Par:iense. O notável soprano lírico Manuela Araú jo deliciou a assistê ncia_ cóiTí ex– culentes números de canto, tendo repetido, por solicitação da presidência, a composição "l'heure exquise", magistnl interpretação da poesia "La lune bienche", de Paul Varlaine. A pia nista Jerusa Mustafa acompanhou a _no~re cahtora paraense, tendo · execut 3 do, ao •início da sessão, as famosas Variaçoes sõbre o Hino Brasileiro. (Do "O J ornai", de Manáus, de 1312 \953). TRECHOS DE UMA CARTA SOBRE A ACADEMIA As linhas e a seguir foram extraidas de uma carta _que o nosso co"!rade, poeta Alvar o da Cunha sócio correspondente da Academia em Amapá, dirigiu, em maio do corrente ano, ao deputado feder31 Coaraci Nunes, defendendo al- guns inte resses de nosso Silogeu : "Os valores individuais que• representam a cultura da terra ? 9 rae~se, no que ela possúe de mais nobre e expressivo - escritores, poétas,Jornahstas _e homens de ciência _ congregam-se, habitualmente, nas reuniões d ~ Academia Paraense de Letras. O que pensam, examinam, discutem e ,t~azem a luz, a.t ra– vés da Revista semestral da Academia, modifica velhos conceitos . ortodoxos, de ·perfidia e intolerância, com que · o vulgo e a mediocridade despeitados, sempre se referiram às letras no Brasil.

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