Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953
162 REVIS'l'A DA ACA.DEJ.llA PARAENSE DE LETRAS SELE9Ã0 DE CORRESPONDt NClA Em edição limitada , or ganizada por J or ~~ de Lima. Yolume "Lettres inédites de Geor ges B~rnan<;>s , conte n.?o r espondê ncla trocada ent re o autor de ' Mons1eur Oulne e o acaba de aparecer o uma selec;ão d, cor– poeta brasileiro. O QUE t LES DIZEM . . . Quando "Victor" ro jovem descrito sob _um aspecto ~m ito desf:~~::d~~ c~~ " Diário" de Gide) resolveu publicar , como vmgança, a pagina .~e . "1 h v r que apareceu depois sob o t itulo "L'envers du Journ al de G lde • d iz e e d a _e consultado primeiro 'a m ãe, certo do escãndnlo que tais revelações iam pro duz;r · Ela lhe respondeu, aconselha ndo-o a não fazer semelhante publicação, ec ª: r ando-lhe : "Você, que é jovem e não é escritor , é que terá a pe rde r com isso · quanto a Glde, só terá a lucrar no caso : os escritor es querem sempre que se fale dêles, seja ataque ou elogio. Seu pior inimigo é o silêncio" . . . NOS BASTIDORES DA ACADEMIA Revelava-nos outro dia um grande con hecedor d 1 Acndemia, cer tos h áb i– t os, gôstos e manias dos venerandos ocupan tes das poltronas azuis. O sr . Ataul– ph o Napoles de P aiva, por exemplo, é amante apaixonado da natureza ador a pássuos, flores e montanhas' Certa vez, ao elogiar um discurso p r onunciado por P edro Calmon, ter ia dito : -"- O nosso Calmon p ipilava" ... Dizem aind ~ que o m esmo sr. Ataulpho de P aiva faz questão de flscaliznr p essoalme nte as condições do jardim do "P etlt Trianon". Como qualquer pobre mortal, os figuràntes da Casa de Machado de Assis, t ambém br incam, fazem " bli gues", organizam curiosos concursos ri sombra d as paredM Ilustres : qual o mais Isto, o mnis "quilo, o menos ,.quilo outr o ? Certa v ez um dêsses concursos revelou os ee~uint e resultados : 0 mais poeta - O le– l!á rio, Ma ria no; o mais elegante - Ataulpo de P aivn; o mais bonito - Rodrir:o Octávio Filho . . . Há entre êles, também , as "vítimas" das piadas dos compa– nheiros. Uma que teve enorme sucesso - e que multa Irritação causou ao Im ortal colocado na " berlinda" - foi aquela de Olegário Mariano, no afirmar, referin· do-se à pequena estatur a do sr . Vir iato Correia: - "O fa rdão do Viriato foi feito n 'A Colegial'' . .. Dizia-nos o mesmo infor mante qu e possui a Academia os seus fiéis namorados. São os passiveis candidltos às futuras vagas. Em qualque r festa da Academia lá serão encontrados, fàtalmente, sentados na primeira f ila ("comendo com os olhos, o estr ado sublime") : Josué Montéllo, J or ge de L ima (c1ndldat o em várias elelç6es), Cyro dos Anjos, que agora está n o México. Paula Achllles e outros.·.. - Na verdade - acrestava - vocês "modernos" falam mal da Acad emia, mas terminar ão todos lá . . . ou desejarão terminar . E citava, a propósito, os versos que Lauro Muller nd1ptou do fra ncês. Se vivos somos quarenta Alvo somos da ironia, Mas o riso nlio Íle aguenta. Ninguém mala torce a venta, Se h á vaga na Academia. (Do "Correio da Manhã", de 5131953). P/1.GAR P A RA SER B ESTA f: D EMAIS! ... ôntcm. no Grnnde ponto, a pr opósito Oe conhecido escritor que r,•cusnu ser nomeado para u m cargo sem remuneração - cois a de simples honraria - Simeão Leal relembrava a seguinte h~stór la que se· passou. com Tobias a 1 rreto. Amigos de Tobias, numa demonstraçao de aprêço, decidiram levá-lo a ocup ar uma cadeira no Instituto Arq11eol6gico de Pe rn~mbuco. Um dêlcs rol incumbido d e procurar o mestre : - Aceita a indicação, p rofessor ? ,e:---:
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