Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

REVISTA OA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 161 Blaise Cendrars, tomou o titulo de "L'enfa n t de la plantation", sendo lançada ~el'as "Editions Deux Rives". No pr'eiácio, Cendrars · · chama calorosamente a atenção para o romance de Jos é Lins e a sua importância não s ômente na car– reira do· escritor como na evolução da ficção modernista brasi).eira•.· A NEC~SSU>'ADE DE RIR Interrogado num inquérito de " Les NouveHes Littéraires" sôbre se expe– rimenta necessidade de rir, Marcel Achard respondeu : · - "Sacrifiquei ao riso muita cois!l, inclusive a preocupação de · ser levado a sério·. Foi êle que me permitiu chegar aos 50 anos sem doenças -graves·•.' . · MENTI!tA Henri Guilhemin publicou um longo estudo no "Figaro Litteraire"• prq– va ndo que Chateaubriand· mentiu, quando no seu livro "Voyage- a l'Ameriqu~". disse ter conversado com Washington. AS VOLTAS COM O FISOO O teatrólogo Marcel Pagnol, conhecido autor de "Topaze", está às voltas c01_n o fisco ' que lhe reclama trinta milhões de íl'ancos de impostos não pagc;is, e vai proceder judicialmente s ôbre o "jetton" de presença do escritor na Academia Francesa. INTERÊSSE PELA OBRA DE CAM!1,O Verifica-sé na literatura portuguesa. atualmente, um sensível recrudesci– nieuto de interêsse pela obra de Camilo Castelo Branco, que começa . a s_er :reva-. lorizáda artisticame nte. ao contrá rio da valorização que outrora s ó lhe atingia no terreno filológico. O POETA E O FAOO 'I'eixeira de Pascoais, o grande• poeta . português há ,pouco faleciqp. -era _um espírito tímido e amigo da solidão. Residia numa quinta longínqüa na serra- ,do · Marão 'e só vinha a Lisbõa de quando em quando. Certa vez - conta-nos José Gomes Ferreira: no último número do mensário português "Ler" - em curta permanência na capital, 0 poeta procurou abrigar-se. numa noite de chu.va , no bar "Luso", na Avenida da Liberdade, .onde se cantava o f ~do. Sentou-~e num canto, poz-se a beber -qua lquer coisa e a ouvir a voz plangente da guit3r:a..a fim de passar o tempo. Mas -eis que, em determinada. momento, quando. Teixeira ·d~ P ascoais já se aprest a va pa ra ,sair, sobe alguém no• estrado,, pede silêncio -.e em tom eloque nte comunica a presença no recinto do grande poeta português, para. Q qual solicitava uma salva de palm 3s. P.ode-se calcular o encabulamentQ em. ·que ficou · Teixeira de Pascoais saudado ruidosainente · e alvo de· .todos os: olhares, num recinto profano com~ aquêlc . Mas seu s acrifício tinha de ir mais adia nte ainda. o mesmo bomem no .,strado pedia, em nome dos presentes ao poeta para que improvis asse uma quadra a ser C3ntada ao som da gt1i~r?· E o autor de uma das obras poéticas mais. profundas , .e. es_p).r1tua1s das letras portuguesas, n ão teve outro remédio senã o tomar qo. Iapis; e, ante os olhares curiosos e respeitosos de todos, rabiscar alguns ver5os, que-, dentro em pouco, reboavam no recinto aos trenos da guitarra. (Do "Correio da Manhã", do Rio). DESCOMPOSTURA Alva ro Moreyra conta que O seu primeiro livro com o titu~o "Den~~era~a", levou uma terrível descompostura de Osório Duque Estrada, entao o ont1c@ lite– r á rio mais temido no Rio. A descompos tura çomeçava assim : - "Nu.m enorme caderno amarrado com fitas roxas ,e- que mais., pàr- uma camtaa de fõrça". . . • .-.

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