Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

REVISTA 'nA AcÃúÊWA PARAENSE nÊ LETRAé 1s:i PORTINARI NO CONCEITO DE GILBERTO AMADO Em a br il deste ano ipau;:urou-se a Exposição Por tinar i, do Museu de Arte Moderna, no Minis tério da Ed uca ção. P ara o catálogo, o embaixador Gilber– to Amado escreveu esta nota : O qu e me ma ravilha em Por tin.ari é a sua unidad e . Sua diver3idad e é a de uma árvore q ue d is trib ui seiva em n umer osos r amos: a r aiz, porém, é uma só, mer gulhada em profundeza. Desmoleculiza o obje to isolado e lhe re faz a es- t r u tu ra. ' Ainda não vi os últimos Portinaris, mas sei que, como os a nteriores: de t ôd a s as fases. e como os retra tos, são e ser ão Portinaris . Proteico d e a parência, mas irredu tível de substância, m iriadário em s uas manifestações cria dor as, a ceit:l. tendên cias, escolas e influencias, admite-as tôdas ma s super a-as, portinariza ndo– as , de sorte que cada Portinarl é um P or tinari mesmo. Abraçado com a r eali– dade ex terio r (feiçã o t!pica da sua a rte ) apodera-se d ela no seu movimento para traduzi-la , coisas, figuras, na ~u u int egralidade orgânica e de am biente. Suas composições monumentais não se reso lvem na transcr ição liter a l d e corpos e cont urnos ou na simples modelação de e feitos plá sticos e lineares; são n u tr idas d os momentos mesmos da vida, gêmeas ao nascer d as côr es e dos clar os. Os seus conjuntos decorativos não resultam de a justamento ou justaposição d e formas e volumes para um fim; não se "compõem" p r ópriamente - " im põem-se" de d en– tro; não sã o feitos, nascem. D ai a impressão d e unidade que me d á a sua obra na sua diversidade. Cérebro par a conceter, coração p.ara sentir, m ão par a plasmar ; tudo isso daria um Portinarl, mas não o mestre do nosso tempo. Sem o seu caráter, P or– tinari não houvera fortalecido com o estudo o sab er ins tintivo do gênio. ·Ter-se-la malbarata do nas mil ave nturas da facilidade. A ca da passo q ue dá verifica a .,•udeza d a estrada , os obstiic.ilos que lhe cumpre transpor . Honra-nos a todos, que d êle nos c.r g ulhamos, com a aus tera lição do seu esforço .. Grata l. m inha se nsibilidade, sua mensagem, mesmo nos q uadros mais:-, sever os, é jocunda como a dos gra ndes ve nezianos e m cujo relevo histórico se colocar á perante os séculos . RUBEM DARIO HOMENAGEADO fllaugu rou-se recentemente, no jardi~ da Biblioteca Mu nicipa l em Silo Paulo, um monumento ao poeta nicar a guensc Rubem Dá r lo, doaçã <;> _do comenda– dor Vicen te Amato Sobrinho à municipalid ade local. Rubem Uar,o é_ um ~os 1naiores senão O maior poeta hispano•a.mericano 1 tendo exercido uma verdadeira ação r efor mad ora n a poesia d e língua castelhana. DEZ MIL EXEMPLARES Um fato pou co comum no Br asil : esgotou-se ' a pr_imeira edição ( 10 mU exemplar es) d a " P equena Bibliogrniia Br asileira" , o rgamzada por _Otto Mar.a Carpeau x para O Serviço de Documentação do 1\1.inistérlo da Ed ucaçao. Info~~a– se, a gora que aquele escr itor :.c.:iba de e ntregar os originais da segunda ediça o, q ue apa recerâ e1nendaJu e a wner.tada . . . EMPOSSADO NA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOGRAFIA Foi empossado em ~bril último, na Sociedade Bras ileira de Geo~r~tia, o Sr. Desemba rgador Flor êncio de Abreu, Presidente do Institu to B ras1Je1ro de G eografia e Estatlstica e da Fed er ação das Academ ias d e Letras . FALECIMENTO DE JERôNIMO QUEIROS Fale ceu no Recife O filósofo Jer ónimo Queirós, figura de grande nomeada nos círculos culturais de Pernambuco. Presidia à Academia Pernambu cana de Letras, que nele perde um d e seus p oucos f.olen,e ntos de r eal valor. HOMENAGEM A FERREIRA DE CASTRO Por ocasião d o 25º anlV1?rs:\rlo do Ja nc:mne nto d e ·' E111igrantes", um gru-· po de escritor es po rtugueses p 1 •estou homena;iem ao roma,1cista Ferr e ira •de · Ca!Í– tt·o, se~• ,;lúv lda um.9 das maior es expressões do r omance e u rop e u co nten1por.lneó. · O a utor de " A Se lva " e: de " A Lii e II Ne ve" é o uutor português n:iais t raduzido

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