Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953
iso . • 1 fl:EYJSTA DA ACADEMIA ._PARAENSE DE LETRAS o lugar e !oi detido, enviado para o Rio. Não era, mas tornou-se comunista na prisão. Sua b ibliografia continua com "São Bernardo", "Vidas Sêcas" e '\lnsõnlas", r.omances;; "In-tância", memórias; e "Sete Histórias Verdadeiras", folclore, nlérn ''Memórias" e "Impressões de Viagem". · Pobre e bumllde, Graclllano vivia últímarnente apenas dos proventos de Inspetor escolar e do salário de Jornallstas, além dos direitos a utorais que recebia dos. romances em edições nacionais e estrangeiras. UM LIVRO DE OSORIO NUNE~ . . Q. sr. osori_o Jll'unes se tem revelado um dos mais argutos anallstns dn ren- lléláde. brasileira. -' Municipalista apaixonado e entepdldo em técnica dl! plnneJa– mento, vem dando através dos seus escritos contrtbulçlio vnllosa ao conhecimento do ·pais· e das suas necessidades. E faz mais do que Isso, sugere soluçõ2s, apon– t a meios e métodos pelos quais 'poderemos resolver seculares e Importantes pro– blemas dos 'que dependem a nossa recuperação econômica e a nossa própria sobre– vivência ,como povo e corno pais. Hã alguns anos publicou um livro, que pela sua seriedade despertou logo, de maneira surpreendente, o interêsse dos estudio– sos e responsáveis pelos destinos do pais. O próprio Mlnistér!o da Guerra lnte– rcssoµ-se por êle, que hOJll se acha lncluldo na "Biblioteca Mllitar" numa segunda edição mais desenvolvida. Retertmo-nos á Introdução ao estudo da Amazônia · Íiraslleira, fruto de, uma obstinação que o , próprio autor confessa ter-se transfor– mado numa paixão polftlca. Sabemos agora que êsse livro admirável, que con– seguiu Inspirar uma lei recentemente sancionada pelo presidente da República, vai receber tradução em Inglês e francês e editado por Instituições estrangeiras. ~o e~pllca suflcient~mente_o que to! a sua reperc ussão além dns nossas tronuilrna . (Do "Correio da Manhã", do R!o, de 24-3-53) i IISTORIADOR QUE DESAPARECE Faleceu há pouco, em Recife, com nvançada Idade, o historiador João Perreti. Foi um dêsscs homens que dedicou tõdu a existência ao trnbalho Ingrato de qe– . sentranhar· da poeira dos arquivos aspectos desconhecidos ou esclarecedores do nosso passado. Uma das maiores pesquisas de João Perretl teria sido, certamente, a que ! êz sõbre João de Barleus e de cujos resultados nos deu conta no livro ",Joã9 de Barleus e outros ensaiosº. PEREGRINO JUNIOR E O REI CAROL No "Janta-r do dia 13", realizado a 13 de maio último, recordava- Peregrino Júnior um curioso episódio que lbe sucedeu hâ alguns anos ao tomar posse de sua cadeira na Academia Brasllelra. Após a solenidade, ofereceram-lhe os amigos uma ceia !estiva no bar Alcazar, em Copacabana. --NaJiuralmente - contava Peregrino - ainda vestia o fardão acadêmico, tôdo cheio de alamares e ·dourados. Acontece que naquêle tempo o ex-rei Carol da Rumênla passava uma temporada no Rio, hospedado em Copacabana. Deu-se então o seguinte : vendo Peregrino Júnior trajado de maneira tão estranha, Imponente, alvo das homenagens das pessons presentes, os garçons do ·Alcazar Julgaram-no certamente o próprio rei Carol. 'l'a.nto mais que, pelas foto– gra!las, ambos eram parecidos. _E como rei, o escritor foi tratado naquela uo1te. --Mais batatas fritas, Alteza? - perguntou-lhe, respeitosamente curvado, o gar çon que o se~vla . ' E, terminada a ceia, perfilados, Inclinaram-se todQs os garçons abrindo alas ' à lnssagem do Jlustre cliente de sangue azul. (Do "Correio da Manhã", do Rio)
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