Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

R1iíV!STA. DA . ACADEMIA PARAl!:NIJl!J DE LÉTRAS Não hei núater de. .tranamltlr a. V. Excla. as notfcla8 que parentes meus ·me fazem chegar às mãos, trnnzldos de horror e esmagados lnjustnmente por aquela desgraça. V. Excla. também não pode supor que um esplrlto afeito, desde a pri– meira mocidade, ' ao estudo dos problemas da sua pátria Ignore os que tocam ao aeu torrão natal. · o momento, porém, não é de esclarecer; é de acudir. Quando publiquei, em 1937, o opµ&culo "Para uma nova Ordem", seis meses antes da transrormação polltlca de 10 de novembro, cuidei que estávamos maduros para uma reforma ra– dical da nossa ordem econômica, obra de que tanto o nosso pais carece. Essa re– forma, que eu defendi, não se operou ; mas vieram as provas de que ela se torna cada vez mais fundamentalmente necessária. 1,; o que estã na exposição do Sr. Dr. JOão· Cleophas à Câmara dos Deputados. Se o capital Invertido em nosso pais tivesse, como deve ter, o máximo do seu rendimento fixado em lei, à 1>roporção das taxas dê Juros vigorantes nos mercados mundiais, e o lucro fõsse devolvido à nação, como é de direito, porque se destina a compensar a colaboração da freguesia ou a parte da riqueza nativa· no bom êxito da einprêsa, os recursos ' !lnancelros do govêrno de V. Excla. seriam outros. Da mesma forma, se o govêrno, como representante legal da nação - que é a fregue– sia no seu conjunto - arrecadasse o lucro, entra pelos olhos que as emissões de emergência aerlam logo reabsorvidas, graças à soma dos lucros entregues no erário. Como quer que seja, meu eminente amigo, não deixe V. Excln. demorar o amparo de tôda espécie que os meus conterrâneos esperam do seu govêrno. Eu não teria alma para responder a súplicas que estou lendo, se houvesse de ao menos 1esconflar que, devendo tanto à sua bondade, estava todavia, convencido da sua Indiferença a desventura,11 tamanhas. E creia-me. como sempre, fiel à sua estima e dia n dia o seu mais a;;radecldo admirador e amigo certo. (a) ALCIOES GENTIL.'' MAIS UM LIVRO DE PEREGRINO JUNIOR O académico Peregrino Junior pretende publicar em livro, devidamente 3m– pllada, a conferência que pronunciou em Montevldt'lu no ano paBBado sôbre RS "Consequências literárias do modernismo no Brasil". o autor de "Pussanga" foi um dos que tomar; m parte ativa no movimento, acompanhando-lhe t6:la a evo– lução em crõntcae nos Jornais cariocas. PARVINISMO, NOVO MOVIMENTO RENOVADOR ... O .J!OV!) movimento brasileiro de renovação artistice, cbamndo "Parvlnlsmo", está lançando ralzes e despertando crescente tnterêsse. Um dos seus principais fundadores, o escritor e des!'nhlsta Olpson de Freitas, realizou umn exposição de seus trabalhos no Ministério da Educação, que chamou basta nte atenção pela ori– ginalidade de suas concepções e o arróJo das Idéia&, UM HISTORIADOR MINEIRO Tran·scorreu no dia 22 ele abril findo o centenário do nascimento de Tomás Brandão, o historiador mineiro que tanto serviu a nossa cultura com obras de pesquisa e erud!ção. Era um désses homens dn linguagem de Caplstra no de Abreu, que se dedicam de corpo e alma no labor Intelectual. razendo déle um fim e não um melo, como frequentemente acontece. Curiosa coincidência : essa data velo logo após a comemoração do centená– rio de Marflia, Justamente a rtgura que constituiu objeto de um dos trabalhos hl!ltó,lcos mais Importantes de Tomás Brandão ." Há cêrca de vinte anos publi– cava êle, sob o titulo de "MariUa de Dirceu", um alentado volume, no qual pro– curava rea bilitar a noiva de Gonzaga das pechns que ' lhe ntrlbulram o explorador lnglê~ Burton, Olavo Bllnc e outros . No livro "'Crônicas e Fa n tasias", nn primeira década do século, encontramos a rnmosa páqtna em que B!lnc divulga a verer,o de ter Maria Dorotéla, não sómente esquecido Oonzai:;n, como a de se haver en– tregue a amores clandestinos de que lhe resultaram filhos bas ta rdos. Para clestrulr essa verlllio, o hlstorln.dor m lne!ro se aplicou em pacientes bus– cas, conseguindo provar que os filhos a~bnldos a Marllla não eram dela , mas de f

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