Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

' I ( REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE ' í.ETRÀS E venceram os novos, que eram a vida do momento, na ancia de interpretarem a nossa éra, de dizerem e fazerem para ela, de caracteri– zá-la, avançando até "ao mais adeante", porque foram apostrofados de futuristas. O gênio de Fialho, antes, em nossa língua, havia desbaratado os que seguiram a dicurioagem de Flaubert, com Eça à vanguarda, pro– zeando como ninguém o fizera até então, nem mesmo Camillo, que, se foi um modelador, não foi, no entanto, um plasmatico da··exquisita e onimoda feição do farpante impressionista· d"'Os Gatos". Ao seu tempo. logo, o grande animador dà proza teve no Brasil seguidores das suas audácias, dos seus lucilouquismos de caudilho do vernáculo, muitos deles hoje enfileirados nas falanges novas, sem que o encanecimento dos cabelos lhes haia contaminado o espírito e as idéias, novos como os dos novos, na formosura integral do rítmo que domina. . . Espichar o indicador e apontar nomes, é geito que não vale. ~les se aglomeram em multidão, e se impõem e avassalam, ,e co– mandam, e embora a raiva fóbica do ancestralismo passadista oficia– l~zado, farão a glória do dia, a glória do Brasi:l, a glória da intelectua– lidade desta raça mesclada, extraordinária, que somos nós, nas veias da 9u!il um sangue dinamizado ferve e referve, estua e canta, sangue !ebric1tante de povo moço, de inteligência moça, evolutiva, combativa, impetuosa, vencedora. Peryllo D'Oliveira, do CAMINHO CHEIO DE SOL, é um tempera– do dessa dinamização que, partindo de Gonçalves Dias, Sotéro dos Reis, Rebouças, Castro Alves, veio a Tobias, Patrocínio, Elyseu Cesar, João de Deus do Rêgo, Pereira da Silva ,Toão Léda, no alto meio culto, e Inácio da Catingueira, Jerônimo, Jaqueira, Manoel d'O' Bernarda, Riachão, bard<?s expontâneas da contemplação da natureza, e outros, da coorte dE; tr~bunos que se a,lcandoraram, de palavras. inflamadas como Manoel Vitorino, Evaristo de Morais, o:; Mangabeiras, Basílio de Magalhães e tantos e tantos. . O poéta em fóco é de um núcleo de brilhantes rapazes da Pa– rahiba, pequeno Estado aonde a intelectualidade apercebeu-se e imis– cuiu-se logo no grande movimento não só integrada nas modalidades esté~icas das correntes internacion~is como nas da brasilidade, feição parti_cularissima, que constitue a máxima preocupação dos novos do Brasil. Temos que neste ponto, São Paulo e a Parahi~a. foram os ~s– tados e~ qu':! a bela sementeira mais· produziu, dando hd1!f10S ;ep:i;e~en– tantes, llummadores de uma literat1..1ra que assinala, nao ha duvida, uma hora de forte conquista das letras. . . . Enquanto no centro, agiam, em harmonia, derrocando o 1mperia- hs~o academico, as grandes figuras de Graça Aranha, ~anoel Ban– deira, Alvaro Moreira Gilka Machado de gerações anteriores, e An– d;~de ~uricy, Barret~ Filho, F. da SiÍveira, Ronald ?-e Car':~lho, Ce– ciha Me1relles, Ribeiro Couto, Felipe de Oliveira, Murilo_ ArauJo, }:'aulo Torres e outros, em São Paulo se extremavam, agressivos, Mário_ de A nd:a~e, Plínio Salgado, Menotti dei Picchia, Guilherme dE; Almeida, Antonio de Alcantara Machado; em Porto Alegre, Ruy C1rne,_ Raul Bop, Augusto Mayer· em Minas Carlos Drumond de Andrade, Joao AI- ' phonsus, Emílio Moi'.ira, Pedro 'Nava, no Pará, Lucílio Fender, Bruno de Menezes, De Campos Ribeiro, e na Piuahiha, Raul Mach~do, Eudes Barros, M~rilita Pozzoli, de Lira Cesar, Adernar Vida!, Rodng~es_ C~r– valho _Ju1uor, Severi:io Alves Aires, ~ssís Barbosa, Peryllo D Oliveira e Sllvmo Olavo, o.maior de todos, admirável no verso e forte como Ta~-

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