Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

l1d !tEVIS'l'A DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS POETAS E PROSADORES DE ONTEM E DE HOJE MUSA DE SOL E DE VIDA A VITORIA DOS NOVOS ROMEU MARIZ (Cadeira n. 4-Antônio Marques de Carvalho) Abro o involucro do Correio. Musa paraibana. CAMINHO CHEIO DE SOL, versos de sabor moderno, das exi– gências evolutivas do espírito que passa, do momento que corre, nessa inquietação do novo, que precisa viver na época, dizer, o que ela sen– te e o que ela compreende, na cinematografia desta hora de a_nciedade, em que muitas vezes a müdez expressiva do olhar fala mais que o verbo vocalizado ou a palavra grafada. A mentalidade de tôda parte, após guerra mundial, buscou im– primir às artes, às letras, às ciências, uma nova orientação, dentro de uma filosofia mais humam1, de miiis aguda penetração do pensamento, das cousas e do coração, filosofia de símbolos e clarezas, a estampar-se <'m tôdas as manifestações concretas das idéias, nas télas, nos bronzes, nos marmor'es, na prosa, no verso, em tudo a que o pensamento dá fórma e a visão apreende e fixa, com os ineditismos que sómente ela vê. As iniciações tinham vindo da França de Boudelair, de Verlaine, de Malarmé; da Alemanlia com Suderman e da Noruega com Ibsen; tinham vindo do velho Portugal de Antônio Nobre, Eugênio de Cas– tro, João Barreira; vindo ·do tempo de Cruz e Souza, Saturnino Meire– les, Mário Pederneiras e dos Pernetas do Paraná, decadistas e simbolis– tas, ativando-se, depois, nos destranbelhos que se dirão marineticos, e que além e aguem tiveram repudio, mesmo por via dos exageros, êstes no "forçamento" do "motivo" que se tentava impor e dominar· no tu– multo, para "ficar", depois, na serenidade das coisas aceitas. No Brasil, novo mundo; de novos espíritos, a novidade foi uma semente plantada em terra fecunda que grelou e cresceu e reproduziu– se num progresso estanteante, dando uma farta seára de notáveis cul– tores, disto que chamaremos o credo do resurgimento mental da hu– manidade. . A escaramuça entre o que se conveio chamar passadismo e futu- rismo não se caracterizou como expressão de movimento antolhante da torrente moderna, que descia, arrombando os velhos diques do ta– baquismo estacionário. . A realeza das fór mulas, do estabelecido, das cisuras e d'outras regr as geométricas agrilhoantes do pensamento, tinha que ruir, que ficar à orla, a ouvir e a admi rar a cantiga de um novo rítmo d_as cousas, que passava em rnarcha de !tU<'n a. c!Rrinando-a v itória das fôrças cons– cientes e a despertar o subconsciente da velharia, adormecido no co– modismo da "já feito", rolando nas esféras de uma engrenagem sis– tematizada e rotineira . . . j

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