Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

iid B.EVIS'!,'A .OA ~CADEM1A PARAENSE DE LE~AS·. QYe se repartiu· foram tõdas determinadas por aptidões verdadeiras.· Por isso não forçou nenhuma das posiçóe5 a que ascendeu e pôde com igual talento ser político, participar nessas lutas pela salvaguarda, o govêrno e o bem do Estado. lutas à feição da sua têmpern, pois já as reputa,·a Clcero não só o mais glorioso emprêgo da atividade, mas o melhor ensejo da virtude, "que deve ser tóda de ação". N" politic~ estreou-se deste estudante em S. PAUio. militando no partido liberal, de cujo órgão na imprensa, ao lado de Josê Bonifácio, foi redator. Va– !!10-me aqui dos testemunhos dos contemporâneos seus e de representantes das antigas províncias, onde exerceu funções públicas. legislativas administrativas : todos lhe assinalam a constância e proficuidade do trabalho, a exemplaridade do c.3ráter clvico em perfeita relação com a nobreza de sua vida privada. Elei'– to deputado à Assembléia Legislativa paulista, "os seus trabalhos e discursos eram norteados por uma orientação segur~ e fecunda, exercendo influência sa– lutar nas deliber.ações daquela casa". Por sua iniciativa cria-se a Escola Nor– mal, cujo regulamento é ainda êle quem elabora. a pedido do presidente da pro– víncia. Na situação liberal que instituiu• e pôs em prática a eleição dlréta foi nomeado presidente do Sergipe. Ali "não se limitou a presidir à eleição diréta, pela primeira vez que se aplicava a lei Sa raivA". Apesar de curta sua adminis– tração, de 1881 n 1882, teve tempo de remodelar n instrução pública, de viajar o interior da província e cuidar dos meios de transporte, "chegando a levantar em um estabelecimento de crédito desta capital a quantia necessária para os estudos preliminares de uma linha férrea que li,;asse Simão Dias a Sergipe". No trato com as facções polltlcas "soube opor uma resistência legal e pacifica aos vexames, aos desmandos. à quasi desorganização que se notava na provin– cia e conservou sempre a mesma rasis t ência na luta e a mesma moderação na vitória". Uma das s uas primeiras µrividências, AO chegar a Sergipe, foi trana– íerir para a Bgia a guarnição militar, que se havi.i revoltado. . O govêrno im– perial, reconhecendo-lhe os bons serviços, agraciou-o com o ofic1alato da Rosa. Governou também a província do Espírito Santo, deixando em uma reforma do "n~ino elementar duradouro vestigio de sua presidência. Inaugurado o novo regímen, aceitou-o sendo mesmo convidado pelo marecha_l Deodoro para gover– nador do Amazonas e indicado para igual cargo em Pernamb'uco por Silva Jar– .dim e Aníbal Falcão. Este:ve alguns anos arredio dos negócios públicos. Des– sa abstP.nção tiraram-no por fim os conterrâneos, conferindo-lhe o mandato de deputado à Cámara Federal. Era já enfermo e combalido, mas não sabia resi– snar-se à inação e excusar-se do dever. A causa pública deu até os últimos elementos. Os seus ombros atléticos suportaram ainda outras responsabilida– des : " direção e propriedade do Diário de s~ntos, a Revista Nacional de Cicn– cias do Letr11s, tle que foi fund1tdor com Antônio Carlos, em S. P11ulo, n secre– ta_ria do Tribun<1I de Relação da mesma provlncia , a diretoria da Faculdade de Ciências Jl.U'idicaa Sociais, a fundação tlo B!mco de Melhoramentos e da Com– panhia Agricola, Industrial e Colonizadora de S. Paulo, a tesouraria da Acade– mia Brasileira de Letras. A 6 de setembro de 1018 repousava em paz o varão insigne, de alma forte e serena, a quem os imperialistas de ontem. não obstante a nobre sim– plicidade de suas maneiras, a modéstia e o silêncio de que se cercou, teriam chamacto com j~steza um apóstolo de energia. À

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