Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

RE'VlSTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS s -------------------------------- OMITO DA LIBERDADE Do cinquentenário do 13 de maio, em 1938, à oportunidade do r egresso, em despojos, d a Redentora Imorta l, - Princeza Izabel, ao seu Brasil amado, seu berço inesquecido, nesta hora a tr ibulada de julho de 1953. Meu Deus! Ouvistes, certo dia, o brado aflito, O pranto, o soluço maguado, O doloroso grito, Do ))OVO desherdado ... Quando o poeta brasileiro, Na imprecação sublime Das "Vozes d'Africa'', em tortura, Ergeu a sua p1·ece, ' Nessa bravura Do mestiço alcandoreiro, Romeu Mariz Vosso poder, que a desgraca redime, Na piedade, que enlanguece, Estremeceu,. se alevantou para escutar A palavra de Fé, do bardo americano, O exaltador da raça humilde e sofredora, O genial baiano, O imortal Castro Alves. Senhor! A alma do negro, que rugia, Sem peias, sem tremenhos, sem entraves, Dentro do peito do poeta mulato, Era a alma revoltada do nosso idealismo, Do nosso arroubo inato, No rudimentarismo Das conquistas liberais, Do nosso grande Sonho, Sonho de um povo, em elos frate1·nais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . E vós, Senhor, Sentistes, como nós, A dôr da raça escrava E so1>esastes sua maldição. -Vós, Num gesto de arrependimento, Que em tudo se exp1•essava, Lhe destes vosso imenso Perdão !" É que esçutastes a fervente e:liiortação, A rude insolência Da teorba nortista, Vibrando, nos estos da dinamização, Do sangue de galês da Luzitânia,

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