Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

T Nimbadas de um h alo de so.frimen to a rrastam-se velhinhas t r ô– n01:tas. <'SQll'-'"i rJas ria morte · fil hiis oue. constituem o ::ivaro tesouro pa– terno, dPSOP.d r m-<:P. pi:tra o céu. a ::iumentar a coorte· das "vir gen s mor– tas": a filha de Herodiade. anós desnudar o lírio fat ídico do seu coroo núbil. n a d <tnsa d0s veus libPlulos, r emorde, em sangue, a bôca profé– tica do Ba tista: noivos desruidosos P. cr entes unem•se as mãos e trocam juras, t P.rminada a missa domjngueira. E ess:i r<md::i álarre. as vezes .t.rágic-a ciranda de almas, tem por fundo rutilâncias de sol ver âneo, solam; de pássaros nas frondes, can– tigas .de aldeãs nas fontes, céus azúleos, l uares d e baladas, límpidos córregos saltit antes, dóceis de a rvoredos acolhedores, - numa decora– ção nja ravilhante e opulenta de côres e de seiv a. lv,Tas há uma inter ferência d os fados, uma desdita confrangedora , que émudecE> os corações. nessas páginas. É a cr ueldade com que os homens apunhalaram a al ma do Cegonha. 1' Acompanhemos alguns excer tos dêsse conto : "Quem o visse todos os dias assim, naquela compos– t ura beatífica de rP.shmarlo. debruçado sôbre o balcão polido rl<> botequim mediócre, farejando sinistramente o ar com o nariz adunco que uns velhos óculos pa triarcais ornavam; quem o visse assim, recolhido e mudo com aquêle safado e eterno ba rretinho preto de sêda a cobrirslhe a cabeça deser– ta de uêlos. não diria de certo que a_quele a rcaboiço já tra– balht1do pelos desgostos e pe'los anos fosse o abrigo em ruí- nas de uma alma . . . · ······ i:i~ ·u·~ ~- Úit~." p~~q~{~ -~~ 'ci~ -~ó~-~ :i~~~p~Í~~~ ·~; i~ uma vez. pedindo-lhe que falasse, que nos dissesse as suas máguas, que nos contasse algum episódio alegre ou triste de sua mocidad e, o Cee-ouha volveu para nosso lado o seu olhar docemente cheio de uma infinita tristeza e, como num ·so– pro, deixou escorrer dos lábios pálidos, por entre um sor– riso que a gente não sabia bem si era de amargura ou ·de ironía, estas palavras lentas : · - Falar ? . . . Falar para que ? . . . Os senhores não me entenderiam . . . ninguém me entenderia . . . Rir•se-iam de mim ... ......E. ~~i~ ·1e~t~:n:t~~~- ~ii'id~:. ~~ . ~i~~t~"r;ci~ . i,~~~i~ ;:.. .. - füt não tenho mais palavras . . . ·Só o ·que ainda fala em mim é o coração·. . . E a linguagem do coração ninguém compreende. . . Os senhores rir-se-iam de mim. . . . . . ' . ...As· i>~'i~~~~~- d~· C~g~tili~ -~~ h~~ia'~;~~·ç·a·dÓ 'a' ~~~i~: sidade. Aquele homem sofria. E na turalmente, como UIIJ ávaro, gua rdava dentro de sí, pa ra que os comentários e os risos dos ind iferentes não a pr ofanassem, uma dôr tão gran– de e tão intensa qne o emudecia. · · · · · ·i ~~~~~ · ~;~ · Í>~~~is·~ ~-b~igã~Í~ · ~ · f~I~~: · f~~çã-i~·; · ~~~: fessa r -se, a abrir-se francamente comigo, de m aneira a d ei– xar patente às minhas investigações todos os refolhos de sua alma sofredora, comecei a tecer - num magnifico deses– pero espalhafatoso de dramalhão à antiga --::- uma h.lsWria

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