Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

REVÍSTA DA A-CADEMlA PARAENSE DÊ LETRAS "MELINDROSA Estilhaços de sol na loira trança, no ardente olhar irradiações de aurora, guarda na voz a música sonora de uma canção de amor e de espe1·ança . .. Quando o seu vulto st>nhoril avanca na avenida, esta, súbito, se enflorâ, e a gente vê, por entre flores, Flora a lhe guiar os passos de criança". ui . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . UMA CABANA E TEU AMOR A casinha é de palha. e fica a um canto do farfalhante canavial. Verão. Os laranjais em flôr, cheios do canto consolidar dos pássaros ... " . .... .. ........ . .. .. .. .. ..... . ...... . . . . ... .. .. . . . . ... . .. "A SERENATA Na luz argêntea do luar, parece que andam almas errantes a cantai·. Ê tudo como uma infinita pr ece·, branca, no es1Jaço, trêmula a vil)rar ... A água da fonte, a flôr, a ·loira messe, ninhos, astros, o céu, a terra, o mar, tudo num côro olímpico estremece às caricias doit·adas do lpar . .. " • •••••••• ' •• •• ••• •• •••••••• ••• • •••• • • •• ••• •••••• • •• • •• 1 •• "AGUA CORRENTE Olha, vê : como é límpida à corrente da água tranquila, múrmura, a cantar uma canção tão Jánguida e· dolente, qual se estivessem monjas e r.ezar .. . Vendo-a, e ouvindo-lhe o marulho, a gente estaca , horas inteiras a cismar : -est'água tem na voz, tl'iste e plangente, funda saudade intérmina do mar: . . " . . . .... .. ... ... ... . ...... ..... .. ... . .... ... ... . .. . .. .... . Deseja ria incluir nestas notas todos· os ver sos de Olavo Nunes que são bregeirices rimadas, como "Carta dum cabôco", ao mano Josino Cardoso, o heroi da v igilenga que salvou os a viadores a r gentinos; "Can– tata", uma saborosa missiva em estrofes chistosas ao ex tinto Dr. Enéas Martin , quando governador dêste Estado, mas o tempo nos detém. Empregando metros díspar es, em c0mposições de uma delicadeza de Sévres, Olavo Nunes entreteceu um i,amilhete olente e significativo a uns olh_os enamorados. Intit ulou "Versos Divér sos"· •essa coletânea, d~scoi;i,hec1da, até agora, dos apreciadores d êsscs mistel'iosos e enigmá– ticos espelhos d'alma" :

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