Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

~EVISTA DA ACADEMIA PARAENS~ D~ LETRAS Na arte d e Olavo Nunes mesclam-se idênticos fenômenos psico– lógicos, em re lação à sua dut ilidade mental e o meio paisagistice em que vive u se us verdes ~r:os. - Curuçá é uma cid ade centra lizada, ~ebruçada sô~re o rio sereno, d e águas verduscas. Tem a n ot a decor a tiva de palmeiras e retas e co– que iros fru tíferos, em p~rmanentes farfa.lhos. É uma das raras locali– dades paraen ses onde exist.e .·1eneração e r espeito pela árvore. O seu bosq ue so:?1brio, em m iniatura flor estal, é ·carinhosamente conservado. No seu interior há povoados e vilas com habitantes pra ia– nos. pescadores e &grjç:ultor c.:; q ue. sonham e amam o;; se us folg ued os tradicionais . Ar l ivre e sol fecundan te são os favor es que o seu povo r ecebe de Deus, p ar a alegr ia _dos festejos de rlcvoção, quando os jasmins tres– calantes estrelam os cabel os t re ,•inos das roceiras, e tudo é cont e nta– mento e graças ao p adroeiro. Os curuçaen ses s&o humorados, can tores, seresteiros, ha bilidosos no ma ne jo das artes pláGticas. P ara a poesia, a litera tura, a música, os seu s determinismos a1·tíst icos vêm_ lo berço. . Ma neio Monteiro T eix e ira, jorna lista viSorioso no sul do país ; Dias. J un ior, médic-o e escrito r : A,.lves d e Campos, magistrado e literato; e óut ros que j á se foram, são expoentes daquele solo ubertoso - · t er ra e1il q ue •ó livro é con sider2do vitamina espiritua l. ' ' , consoamc as~-in[l lamos e111 per,odos m1ter iO!·es, Olavo Nunes bebe u a ol hos plenos [I lu:. pi 2t6ric;;; clJ su as plagas, guardou na ·1·etina a pompa dorifllada d a mat:.i vu-ge,n, l:ducou a imd1çãu aos murmúrios e às raJa– das do oceano q ue espumeja e desmaia na s praias ·cur uçaenses. Os _corpos esbe ltos e os risos cris ta_linos das curibocas v içosas, n unca mais :,e esvanecer am do stu su bconc1cn 1.P.. E também , qu em sabe, os seus primeiros amo:::es, . os ~eus versos de adolescente. Eis a r evelação do que a,notamoli : "NO PAI,ÃCJO DA VENTURA Nesta risonbá e rútila morada, ' de pedrarja e mármores luzentes: viv emos riós os dois â descuidada vida que vivem pássaros contentes. •.rodo um t esouro fúlgido de fada tens no ardor sensuál dos olhos quentes, e da bôca na concha nacarada guardas, d osa, as perolas elos Ilentes. · · ' ' Pelo br aço, qual príncipe de lenrla, · desço, cauto, o teu vulto, .envolto flm renda, pelos degi.-áu~_ flor íferos da escadâ .. . Képasto á ié.'gre, . opiparo, _01>uiento : · só nós nütrimos· de "pasto~s de v-:nto", ..._ vmliós• ae hiz ·e· beijos dâ aivo~a5!~ ....,"

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