Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953
RÉVIS'I'A l>A AOADÉMIA P.Ai'l.AENSE DE LETRA$ AO DR. ALVARO ADOLFO ''Tem não sei que de mágicos fulgores No abemolado súplic"t: da fala ... '.tem açucar na língua, quando embala As róseas ilusões dos eleitores . .. Foi nas lides políticas de outrora Um verdadeiro bacharel formado . .. E desr.ançou das lutas cá de fóra Na inconstante curúl de deputado . . . • Hoje, em sereno e plácido conforto, Longe, à distância do encantado porto Em que a barca do Pedro se perdeu, -Recorda as glórias, das passadas rinhas . .. E entre galos, perús, patos, galinhas, Choca os ovos de raça do Eliseu . . ." A segunda série da coleção "Musa Vad ia" p ermanece inédita, dei– xada em condições de en tr ar nos prélos. Neste llvr ó sâo mais r ecentes os seus ''instant àneos" pois serve-se de bon ecos da fase post-revolucio– nària, guindactos, p elos seus partidos, ás culmmã ncias da nossa •·cama- 1·a ... escura, durante o pedocto legislativo de 1936", - como anuncia o autor, ao declara r que são "fl agrantes apanliactos por Ca rlos ct· i!:ça·' - um ctos seus vár10s ,1.1seudo11imos. g como, ante os lavor es dos seus versos iímpidos e musicais, pode-se situa r Ulavo .N unes como poeta 11n co, cte gen ealogia p ar nas1ana, escu– temos '·Prelúdio", do "Musa Vad ia", amda e m originais: "Sobe o 1iano . .. o Proscêuio se ilumina . .. Fere a orquestra os acordes da ouvertura . .. O cstelário das perolas fulgura e, das mulheres, o esplendor domina . ; . Passa um "frisson" de anseio e de loucura, que almas agita e corações tascina ... '!'oda a assistência sôfrega, se inclina, e sotrear as emoções procura . .. Vai correr o velário ... Está na hol'a .. . Váo desfilar, em cena aberta, agora, -firmes uns, uns sem pé, outros manêtos, pequenos grandes homens de ar esperto, valores e varêjo e a prazo certo, · -os risonhos heróis dêstes sonetos . .. " O espetáculo continúa, .movimentando-se os fantoches : AO DEPUTADO OTÁVIO MEIRA "Moço, procura se firmar : trabalha, estuda, o espír ito aprimora, e quando. · fala, o seu verbo é como o sopro brando da brisa e ciciar. . . não se atrapalha .. •
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