Revista da Academia Paraense de Letras Agosto 1953

fiEVISTA DA ACADEMIA PARAENS~ 'DE 'LETRÁS do nosso convívio; mas penso que me não ficou a obrigação· iconoclasta de mutilar essa ·inofensiv a galeria de idolos indi– genas, arrancando-se de lá, onde êles continuam a viver, como vivem e v iver ã.o. todos os out ros, numa, pelo menos das qualidades q ue caraterisam a feição moral de cada um. Agora, p odeis entrar ~ está inaugurada a exposição". Agradaria imen so fazer ~esfi.lar tôdas as fig_µras do "P anteon", austeras e solenes, graves ou so~er tes, gisadas com mestria pelo retra– tista- contenàneo, que, nessa e$p~eialict~de, se om breia a Gregório de Matos; Elmano Sadino, Emílio de Menezes, Bastos Tigr e, Ludovico Lins, em "Caras e Carêtas". Destaquemos três da gal_eria : AO DR. ELIAS VIA~A "Na áurea quadra das róse.is primaveras Foi, como nós, um sonhador e um poeta .. . Hoje, num canto, numa paz d iscreta, A Lira dorme, entretecicta de heras . . . E êle esquecido das 1>assadas éras, Fez-se da Lei um fervoroso atléta . . Puxa o bando na Câmara, onde a feta O geito e o dom de um domador de féra!\. .. Vimo-lo a pé, no círio, concentrado Numa atitude mística tamanha, Que o próprio Eládio, pálido, assombrado, Fez-se : - Que malandro . . . -Aquilo tudo é manha . Você não vê como êle'vai calçado ?... Porque descalço . . . nem a Virgem o apanha ... " AO DR. ALFREDO CHAVES "Foi deputado de verdade ... Agora Vive em sereno e cômodo ostracismo . . . Consagrou-se de c9rpo ao catecismo, Cujas doutrinas, sôfrego devora ... F ugindo à missa 11eg1·a do eneismo, A sete chaves se fechou pra fóra ... E no "Centro Católico" inda implora A Deus que o salve do treme_ndo abísmo . . . A "Palav ra" de Deus leva aos incréos .. . Com casto ardor apela pàl'a os.céus Q_uando à noite, ao voltai'; cheio de fé, 1 Jura que_ês~es, que traz, suspeitos traços; · -No pescoço ,nos ombros e no~ braços, São beliscões de monsenhor Crolet . .

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