Revista da Academia Paraense de Letras 1968
r /1 .. • li A ORAÇÃO DE D. ALBERTO RAMOS 9 A sombra dêsses exemplos, conseguimos ler, aos 13 ou 14 anus de idade, com o dicionário ao lado, "Os Sertões", de Euclides, "Os Lusíadas", "Lendas e Narrativas", de Herculano. Omitir não devemos a influência que, ao tempo de seminarista em férias, recebemos de um escritor sóbrio e simples, o arcebispo que também ocupou uma cátedra neste sodalício, dom Antônio de Almeida Lustosa. Estávamos em pleno auge da mocidade, naquele período em que todos julgamos que escrever bem é empregar os têr– mos mais peregrinos e rebarbativos. De uma feita, encarregou-nos dom Antônio de agradecer um relatório ilustrado de certa Irmanda– de do Rio de Janeiro. Calculai o enleio do bisonho seminarista para redigir documento a ser endossado e subscrito pelo próprio Arcebis– po. . . Enfiamos o papel na máquina e, com desenvoltura e abundan– te generosidade, fomos pespegando os epítetos mais encomiásticos à obra filantrópica e hospitalar da tal confraria. Dom Antônio sorriu ao ler o nosso pomposo estilo epistolar, rasgou-nos o escrito e orde– nou que redigíssemos outro, mais sóbrio e mais simples, garanti nd º. nos que as benemerências distribuídas pela poderosa corporação não eram proporcionais às rendas de seu fabuloso patrimônio• • · Serviu-nos a lição, a tal ponto que, ainda hoje, não serão pou– cos os que observam o laconismo de nossos cumprimentos e ª par– cimônia de nossas apologias. Fascinavam-nos, desde a infância, as lides jornalístic~s. Entre os bulícios e as guloseimas dos aniversários familiares, surgiam se~- . · critos ou dati- pre números do "Infantil" ou do "Original", manus . lografados, fartamentfil ilustrados com desenhos coloridos. Calouro foo "G p e " Trans e- Ginásio, vibrávamos na aquisição e na venda do · · · · t· · · ·r na ipo- rindo-nos para o Colégio Marista conseguíamos imprimi d ' . bro as ca- grafia de Pires Carneiro, "O Guará" título alusivo ao ru . d . . ' d orno secretário e m1sas esportivas de nossa série ginasial, ten ° c , . Ca redação Nilson Pena, e principais colaboradores Jose GmlhermHe 1 · , da costa aro · valeiro de Macêdo, Eduardo Hermes, Osvaldo Baia .' t "Vi do Franco e Alberto Vale. pouco depois, lançávamos ª revtôis .ª Mi_- - e An mo · tória Régia" ao lado de Luizileno Brasil, Celso Leao randa. . e de dedicar-nos aos Mesmo depois de envergarmos a batma A • • 0 nalís- ló . - . ·t as tendencias J r · estudos teo gicos, nao conseguimos sop1 ar . 1 de "p, 1 . . 1 . . . corpo redac1ona - t cas e por isso nos me u1ram no primeiro _ de Nivaldo Voz do Seminário" que assinalou a passagem da geraçao d l'Erais– Monte, Eugênio Sales, Antônio Paixão, Pedro R~cha, Ey;;arformação tre, Expedito Lopes pelo centenário estabelecimento e eclesiástica da capital cearense. . mos a unção sa- Retornando à nossa terra, para aqm receber mitia insul- cerdotal, trazíamos o entusiasmo jovem de quem não per
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0