Revista da Academia Paraense de Letras 1968
Ir 1 72 VICTOR TAMER Nessa modalidade literária, tão a gosto de sua sensibilidade perquiridora, Coutinho de Oliveira deixou trabalhos notáveis publi– cados em livros, onde buscamos a lenda do JURUTAt, afóra outros inéditos, em forma de Modinha popular, superstições, rezas e crendi– ces, cantigas musicadas, etc.. Dos seus livros sôbre Folclore, legou às nossas letras "Lendas Amazônicas" e "Sentenças Populares e Adivinhas", importante con– tribuição sua à classificação e ao conhecimento das coisas nossas. O ilustre e último ocupante da cadeira n.º 15, que vou ter a honra de preencher nesta augusta Academia, possuía na sua baga– gem de intelectual mais os seguintes utulos honoríficos: Sócio fun– dador do Instituto de Antropologia e Etnologia do Pará, Sócio fun· dador do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, sócio correspon– dente do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, Sócio Efetivo da Associação dos Geógrafos Brasileiros e Secretário Geral da Comissão Paraense de Folclore. No primeiro Congresso Brasileiro de Folclore, ocorrido no ano de 1951, no Rio de Janeiro, Coutinho de Oliveira representou a Co• missão Paraense de Folclore, sendo lá nomeado pelo ministro Renato Almeida, l.º secretário geral do aludido Congresso. • * • Casado com d. Alice da costa Almeida, que aqui nos dá a honra do seu comparecimento, deixou a descendência de 9 filhos. A morte colheu o ilustre professor José Coutinho de Oliveira no dia 6 de julho de 1965, aos 77 anos de idade. Com êle, desaparecera um homem culto, estudioso e acima de tudo um homem de bem. O Pará, agradecido, jamais deixará de reverenciar o seu nomé e a sua memória: • • • Ilustre e prezada assistência que me escuta: Quando, faz algum tempo, o renomado historiador paraense, professôr Ernesto Cruz, cuja amizade que muito me honra é para mim uma constante exaltação ao sentimento da minha gratidão - quando me afirmou êle que eu poderia ingressar na Academia Pa– raense de Letras, tal como já pertencia, por designação sua, ao Ins– tituto Histórico e Geográfico do Pará, e desde ai não descansou en– quanto não me viu conduzido à esta Casa, confesso sem falsa mo– déstia que, não partisse o julgamento da envergadura moral que lhe corre paralelo ao cabedal da inteligência, e o meti primeiro impulso
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