Revista da Academia Paraense de Letras 1968

DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA 71 transmissão hereditária se manifestou intensamente por todo o tempo em que viveu. Do seu espírito educativo e realizador o Pará recebeu, efetivamente, dois monumentos do Saber, com notável ex– pansão que os mesmos trouxeram para o nosso ensino superior. O primeiro foi a mundação, em 1918, da Escola de Agronomia, por ini– ciativa sua, hoje encampada pelo Instituto Agronqmico do Norte. O segundo é a nossa Escola de Engenharia do Pará, que Paulo Eleu– tério e Coutinho de Oliveira tornaram realidade no ano de 1931. No período de 1921 a 1936, Coutinho de Oliveira lecionou nos seguintes Estabelecimentos de Ensino de Belém: Escola de Agrono– mia, Escola Prática do Comércio, Colégio Progresso Paraense, Se– minário, Fênix Caixeiral, Colégio São Jerônimo, Colégio Gentil Bitten– court, Colégio do Carmo, Escola de Engenharia e Escola Normal do Pará. Foi Diretor da Escola de Agronomia e Diretor em Comissão da E-.scola Normal do Pará. A convite do dr. José Carneiro da Gama Malcher, ex-governa– dor e então presidente do antigo Banco da Borracha, o professõr Coutinho passou a lecionar aos funcionários daquela casa bancária, as seguintes matérias: Inglês, Francês, Matemática, Contabilida.de Ban– cária, História e Estatística. O T~CNICO Conhecedor de Estatística e Atuária, cujos cursos fizera nos Estados Unidos, assumiu no govêrno José Malcher a direção do Ins– tituto de Estatística do Pará, que aquêle governador acabara de ins– talar em nossa capital. Mais tarde, quando no Pará se fundou a primeira SPVEA, o seu primeiro superintendente, dr. Arthur Cezar Ferreira Reis con– vidou o professôr Coutinho de Oliveira para organizar todo ó serviço de Estatística daquêle órgão federal. Trabalhou vários anos na Com– panhia de Seguros "Aliança do Pará" e por três vêzes representou o Pará no Congresso de Estatística e Geografia realizados no Rio de Janeiro. O JORNALISTA E O ESCRITOR Começou o professõr Coutinho de Oliveira a escrever em jornal, no Rio de Janeiro, quando ali cursava a Escola Politécnica, colabo– rando nos jornais "Vozes de Petrópolis" e "Jornal do Brasil". Em Belém colaborou assiduamente no jornal católico "A Pa– lavra". Escrevia com frequência, também, nos jornais diários da ci– dade, de preferência assuntos sôbre o nosso Folclore.

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