Revista da Academia Paraense de Letras 1968

66 VICTOR TAMl:R Diz a notícia: "Convidam-se os literatos abaixo mencionados para uma reunião preparatória, que terá lugar no Ateneu Paraense, hoje, domingo, 14, às 9 horas do dia, a fim de criar nesta capital uma Academia de Letras".Seguem-se 32 assinaturas. A reunião, contudo, não se realizará. É que adoecera o _diretor do Ateneu Paraense, sr. Bertoldo Nunes. No domingo seguinte, 21 de março, o próprio sr: Bertoldo Nunes, já restabelecido, convoca pelo mesmo jornal, uma nova reunião no mesmo local. Se a primeiro não se efetuou por motivo de doença, desta se– gunda nada se sabe, porque um profundo silêncio tomou conta a seguir daquela semente lançada no ano de 1897. O próprio arquivo da Academia pouco informa a respeito da sua própria fundação. O acadêmico Georgenor Franco, procurando p reencher essa lacuna dentro da história desta Casa, reuniu em seu trabalho intitulado "Uma História para a História", um punhado de notícias sôbre a Academia Paraense de Letras, inclusive depoimen– tos de Eustáquio de Azevedo e Olavo Nunes, ambos concordes em afirmar_que Alvares da Costa teve a idéia da fundação da Academia, a qual não tomara corpo pelo "descaso e indiferença dos homens". Mal, talvez, que pertencera ao ano de 1897, de que nos conta Ernesto cruz. A verdade, até agora mais positiva, foi que João Marques de carvalho levou a tentativa com a decisão que outros não souberam fazer, de tornar realidade no Pará, uma Academia de Letras. E con· seguiu. Cabe-lhe, portanto, a honra de ser o fundador da Academia paraense de Letras, que foi instalada em nossa capital, a 3 cte maio de 1900, em sessão solene no Teatro da Paz. Governava o Pará o dr. paes de Carvalho. Das quarenta cadeiras que passariam a compôr êste Silogeu, de número 15 tem como patrono o historiador e etnólogo Domin· a os soa res Ferreira Pena, justa homenagem da cultura paraense ao ;ust re fundador do Museu Paraense, fato auspicioso do progresso ~o pará , o~orrido no an~ de 1866. Ferreira Pena é, deste modo, o patrono da cadeira que terei a honra de ocupar nesta C~sa. Busquemos, pois, o insigne varão do é ulO p assado. s e S F . o omingos oares erreira Pena nasceu a 6 de junho de 1818, Minas Gerais. Foram seus pais Antônio Soares Ferreira Pena e d. em d Oli · . J oana Lopes e ve1ra Pena Ma n a · Fez os es tudos secundários no Seminário de Mariana, Minas, notável aproveitamento. Mas cêdo ingressara no funcionalismo ;:uco, pois que em 1848 fôra nomeado Oficial Maior da Secretaria •

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