Revista da Academia Paraense de Letras 1968

Saudação Otávio ao Acadêmico Mendonça JARBAS G. PASSARINHO (Discurso na Academia Paraense de Letras) Agrada-me sobremodo que a mim me tenha escólhido Otávio Mendonça, acorde com a praxe acadêmica, para saudá-lo, na noite de sua posse na Academia Paraense de Letras, pois do recipiendário posso falar, forrado pelo afeto que nos liga há mais de trinta anos, e com a admiração inalterada que nessas três décadas por êle nutro• NO GINÁSIO "PAES DE CARVALHO" Nossas vidas se confundiram muito cêdo, quando frequentáva– mos a sala da aula da professôra Poranga, no grupo escolar "FIO· riano Peixoto", ai por 1930. Para o Ginásio "Paes de Carvalho" en– tramos juntos, em 1931 e ambos passamos folgadamente, no exame de admissão, por uma barreira que se chamava Aldebaro Klautau, hoje nosso brilhante confrade nesta Casa, mas que àquela altura re• provava quem não soubesse colocar corretamente os pronomes ou não identificasse prontamente a que categoria gramatical pertencia 0 "que". Mas isso era na época em que se escrevia fisica com PHY e já hoje não tem sentido,' quando neste sodalicio, sentado ao nosso lado e honrando a cultura paraense, está um professor de português, cônego, contista e poeta, que começa períodos revolucionàriamente pela variação pronominal. No Ginásio alcançou-nos a reforma denominada "Francisco Campos". Aos cinco anos normais, acresceram-se dois, que corres• pondiam ao pré-universitário. Fomos as cobaias da reformulação do ensino secundário, sob a inspiração de alguns Pestalozzis biso• nhos, crescidos em autoridade com a revolução de 30. Por muitos anos, estudamos Juntos . Na maioria das vêzes, eu frequentava Otávio, na casa imensa da São Jerônimo. Devíamos es– tudar três : Otávio, seu irmão Jorge e eu, mas na verdade Jorge era irrequieto demais. Abandonava-nos, mal se iniciava o estudo no ga·

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