Revista da Academia Paraense de Letras 1968

40 SlLVIO MEIRA José e Queirós, Dom Frei Evangelista Pereira, Dom Frei Caetano Brandão, D. Manuel de Almeida Carvalho, D. Romualdo de Souza Coelho, D. José Afonso de Morais Tôrres, D. Antônio de Macêdo Costa, D. Jerônimo Tombé da Silva, D. Antônio Manuel de Casti– lho Brandão, D. Francisco do Rêgo Maia, Dom José Marcondes Ho– mem de Melo, D. Santino Maria Coutinho, D. João Irineu Joffily, D. Antônio de Almeida Lustosa, D. Jayme de Barros Câmara, D. Mário de Miranda Vilas-Boas (no Pará); e D. José Lourenço da Costa Aguiar, Dom Frederico Costa, Dom Santino Coutinho, Dom Irineu Joffily, Dom Basilio Pereira, Dom João da Mata Andrade e Amaral e Dom Alberto Gaudêncio Ramos (no Amazonas), estão tôdas assinaladas, com registro das datas dos principais event.os. Obra útil e prática, oferece ao consulente, de imediato, infor– mes precisos sôbre homens e fatos, evitando assim a procura em fontes numerosas. O historiador do futuro terá de lançar mão da contribuição de D. Alberto tôda a vez em que tentar refazer a his– tória da região, nos últimos quatrocentos anos. Algum dia valerá para as gerações vindouras como os fastos consulares romanos ser– viram para a reconstituição da história daquele povo. Nota-se, em tôda a obra de D. Alberto, um férvido amor pela Amazônia, como pastor a percorrer distâncias, a subir e descer rios, a visitar lugarejos; como intelectual, a bater-se pelas necessidades regionais, a reconstituir a cronologia eclesiástica, a biografar, pe– rante a Academia de Letras do Amazonas a figura bem brasileira à e Euclides da Cunha, outro fascinado pela gleba, que julgava ser a "última página, ainda a escrever-se, do Gênesis". É que a região imensa tem o dom de fascinar sábios. Já Al– berto Rangel escolhera para o frontispício da sua obra um pensa– mento extraido de Shakespeare, em Tempestade (at V, cena VII) : "all torment, trouble, wonder, and amazement in habits here"... é que todo o tormento, agitação, mistério e horror habitam aqui. .. Considera Euclides a Amazônia "o maior problema fisiográ– fico" ... "a terra ainda é misteriosa. O seu espaço é como o espaço de Milton : esconde-se em si mesmo. Anula-o a própria amplidão, a extinguir-se decaindo por todos os lados, adscripta à fatalidade geométrica da curvatura terrestre, ou iludindo as vistas curiosas com 0 uniforme traçoeiro de seus aspectos imutáveis". Estudando a figura de Euclides, D. Alberto se fixa na análise de seu estilo em "Os Sertões" e logo a seguir retrata a sua atuação na Amazônia. É Euclides um símbolo e um exemplo intelectual para as gera– ções de hoje. Libertando-se dos temas e estilos "europeus" tão em

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