Revista da Academia Paraense de Letras 1968

SAUDAÇÃO A D, ALBERTO GAUD~NCIO RAMOS 3!) cflio Ecumênico Vaticano II, onde tivemos a felicidade de vê-lo de perto, em 1962, haurindo os ensinamentos dêsse conclave, cujas re– comendações e decisões vem procurando aplicar em plagas amazô– nicas com esclarecido espírito e dentro das normas traçadas pelos ~ontffices João XXIII e Paulo VI. Organizou ainda em Belém en– tidades de alto sentido social e religioso : Lar Sacerdotal, Casa da Juventude, Tabor e Sede da Ação Católica. l!:sse é o sacerdote, integrado nos problemas que assoberbam a coletividade que o cerca, observador atento das necessidades re– gionais, um misto de guia espiritual, de educador e de sociólogo, VE;!ndo os homens como êles são, oom essa avalancha de necessidades e angústias que tanto dificulta a vida na Amazônia . E muito a Ama– zônia está a exigir do Clero, em abnegação e desprendimento, em benefício das populações perdidas na floresta, esquecidas dos ho– mens e da civilização. Ao lado do sacerdote surge a figura do homem de letras . O HOMEM DE LETRAS Ainda como arcebispo do Amazonas escreveu D. Alberto uma obra sobremodo útil para os que desejam recompôr a história da região, que intitulou: "Cronologia Eclesiástica da Amazônia" . Nela o homem de letras completa o sacerdote . Fruto de paciente pesquisa em que deve ter consumido alguns anos, a reconstituição da cronologia eclesiástica da Amazônia se es– tende desde o século XVII até o século XX, no ano de 1952. Faz lembrar o trabalho vigoroso dos pontífices romanos a es– culpirem na pedra e no bronze os fastos consulares, depois integra– dos nos Amzales Maximi, gravados nas parêdes marmóreas da Regia em Roma, ao tempo de Augusto. Sem o uso daquela cronologia ninguém poderá restabelecer os vínculos históricos que nos ligam ao passado. Quanto mais avan– çarmos no tempo irá crescendo de valor a obra . AH estão presentes com tôda minúcia, dados biográficos que se iniciam com o Padre Antônio Vieira, nascido a 6 de fevereiro de 1608, a fundação de Be– lém a 12 de janeiro de 1616, s chegada dos primeiros capuchinhos ao Pará a 28 de julho de 1617. Cêrca de quatro séculos desfilam ante nossos olhos, não descritos em prolixos textos, mas assinala– dos em marcos, como que fixados na gleba do tempo e da história. A História dos Bispados da Bahia, do Maranhão, do Pará e o do Amazonas, as atividades de Frei Bartolomeu do Pilar, dom Gui– lherme de São José, Frei Miguel de Bulhões, Dom Frei João de São

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