Revista da Academia Paraense de Letras 1968

34 SILVIO MEIRA guras da Igreja Romana Contemporânea que seguem a esteira do inexcedível Papa João XXIII . Quer como Arcebispo Metropolitano de Manaus, quer como Ar– cebispo de Belém, as suas idéias vem gravadas com clareza em suas pastorais. E destas, queremos pôr em realce três, uma datada de 13 de maio de 1954, VIDERE PETRUM, Ver a Pedro, publicada em Manaus; outra datada de 2 de fevereiro de 1965, expedida em Belém, e a terceira de 7 de setembro de 1952. Na primeira, invoca São João : N1111c vado ad qui misit me. . . Sed quia locutus sum vobis, trititia implevit cor vestrum. Sed veritatem dica vobis: expedit vobis ut ego vadam (São João, XVI). "Encaminho-me agora para aquêle que me enviou . . . Porque vos disse estas coisas se apoderou de vosso coração a tristeza. Mas eu vos digo que é de conveniência vossa que eu vá". Rememora a Carta pastoral expedida pelo primeiro bispo do Amazonas, em 1896, em despedida de seus diocesanos, "Ad limi11a Apostolorum". Assim como dom José Lourenço da Costa Aguiar teve s. honra d~ ser o primeiro bispo do Amazonas, D. Alberto foi o seu primeiro Arcebispo. Dedicando essa pastoral a Pio XII, quer através dêle ver a Pe– dro • "Pio XII, salienta, o Pontífice que nos elevou à plenitude do sacerdócio 0948) e mais tarde à dignidade de metropolita (1952)", Pio XII amigo do Brasil e do Amazonas "que erigiu a Província ecle– siástica de Manaus e as prelazias de Tefé e Alto Solimões e chamou ao episcopado todos os exmos. e revmos. Prelados sufragâneos desta Igreja Metropolitana". Na Carta Pasotral de 2 de fevereiro de 1965 surge aos nossos olhos um outro aspecto da personalidade de D. Alberto : um arce– bispo atualizado com os progressos da ciência e da religião, verda– deiramente revolucioná rio (no bom sentido), ao anunciar a inaugu– ração de uma nova pedagogia nascida do Concilio Ecumênico, a re– novação da liturgia. E escreve: "Impõe-se agora a necessidade de traduzir mais ao vivo pela linguagem e pela simplicidade dos gestos, a Mensagem de Cristo ao Mundo que se divorcia da cultura clássica e da aprendizagem reli– giosa. Enquanto amplia as horas de lazer ou de prazer, o homem moderno reduz, mais a mais, o tempo de trabalho, de estudar e de rezar. Procura a técnica aumentar a produção, diminuindo simul– tâneamente o trabalho. Facilitam os métodos audio-visuais a assi– milação dos conhecimentos mais pela intuição do que pelo racioci- • •

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