Revista da Academia Paraense de Letras 1968

.. SAUDAÇÃO A D. ALBERTO . GAUD~NCIO RAMOS 33 emigrou para a Amazônia, ainda na adolescência. Aqui exerceu en– tre outras funções, a de Presidente do Grêmio Literário e Comercial Português e de Tesoureiro da Benemérita Sociedade Portuguêsa Be– neficente. Duas atividades dignas de nota: uma a evidenciar a vo– cação para as letras; outra a realçar-lhe a probidade. Dom Alberto, na infância, iniciou seus estudos em Belém, numa escola particular dirigida pela professôra Sarah Cohen, israelita. Fêz sua primeira comunhão na Paróquia da Trindade, recebendo a Hós– tia consagrada das mãos do monsenhor Miguel Inácio da Silva, êsse outro sacerdote dedicado, que há mais de 30 anos se encontra à fren– te. daquela Paróquia. Cursou o Ginásio "Paes de Carvalho" e o Co– légio Nossa Senhora de Nazaré, os dois tradicionais educandários por onde quase todos nós, paraenses de nossa geração, passamos. Muito jovem, estêve três anos em Portugal; fêz viagens ao rio Tapajós e à ilha de Caviana. Mostrou sua inclinação para o jornalismo, ain– da estudante, c~mpondo jornais manuscritos, nos aniversários fami– liares. Fundou "O Guará" e a revista. "Vitória Régia", no Colégio Nazaré . Mais tarde, no Seminário de Fortaleza, foi também funda– dor da revista "A Voz do Seminário". Logo que se ordenou, em 1939, passou a escrever em "A Palavra•·, · orientado pelo padre Florêncio Dubois, e a falar pelo rádio, no programa "A Hora Católica", orga– nizada pelo professor José Coutinho de Oliveira. Criou, ainda, em emissora local, o programa "A Voz do Evangelho", que manteve, com palestras bi-semanais, até sua sagração episcopal . No Seminário de Fortaleza, exerceu a presidência do "Centro de Estudos Santo Alberto Magno", no Seminário Menor, e depois do "Centro de !mprovisos São João Crisóstomo" e do "Círculo de Estu– dos Santo Tomás de Aquino". Serviu em Belém e em Manaus, como bispo e finalmente al· cançou o Arcebispado Metropolitano de Belém, numa ascenção rá· pida que está a atestar as suas altas virtudes como sacerdote. O SACERDOTE Como sacerdote a vida de D . Alberto Ramos tem sido uma li– nha reta luminosa a serviço da Igreja e dos fiéis. Não podemos dei– xar de dizer algumas palavras a respeito. Simples, de uma imensa modéstia, sua atividade se faz sentir silenciosamente . Inimigo de ostentações vem dedicando os seus me– lhores dias a um trabalho social intenso, à maneira das grandes fi·

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