Revista da Academia Paraense de Letras 1968

24 D. ALBERTO RAMOS (LITERATURA PARAENSE, Inst Lauro Sodré, 1943, p. 154/155) Ainda estudante, em 1932, como oficial de gabinete do então Interventor Federal, fêz as honras da casa ao Ministro do Trabalho, Lindolfo Cólor que, então, nos visitava. Seu ardor na defesa dos proletários, seu entusiasmo revolucio• nário impressionaram o Ministro ~itante e motivaram um convite para ingressar no quadro do funcionalismo do Ministério. Sua no– meação, porém, somente se efetivou aos primeiros dias da gestão do dr. Salgado Filho. Consagrou-se então aos problemas trabalhistas, exercendo diversas funções, inclusive a de Delegado do Trabalho em vários Estados. Não se limitou ao desempenho tranquilo e burocrá• tico de suas funções. Sentiu as angústias dos trabalhadores, perce, beu os entraves do papelório, sugeriu melhorias de condições, har. monizou empregados e empregadores. Sugeriu a reforma das Dele gacias do Trabalho Marítimo e a criação do Setor de Convênios e Tratados Internacionais, no Gabinete do Ministro , a criação no DASP e nos Ministérios, de Conselhos de Administração, compostos de diretores dêsse Departamento e dos diferentes Ministérios, a fe– deralização do ensino primário, e a reforma dos Escritórios Comer• ctais do Brasil. Foi o autor do primitivo projeto de Consolidação das Leis do Trabalho, entregue pessoalmente, em 1942, ao então Minist.ro Marcon– des Filho, e de que se originou a atual Consolidação. Criou em Ala. goas, em 1941, as primeiras Cooperativas de Consumo, baseadas nos sindicatos operários. Criou os primeiros cursos para a formação de monitores sindicais no Maranhão e Alagoas, e esboçou um estudo sôbre o trabalho dos vaqueiros na ilha de Marajó. Sugeriu ao Governador do Maranhão, em 1938, o casamento, às expensas do Estado, de todos os operários que vivessem maritalmen– te, há mais de dez anos, a fim de regularizar a situação dos mes– mos, nos órgãos de previdência social em defesa dos respectivos fi– lhos, sugestão que foi aceita e promoveu centenas de consórcios, em São Luis. Era lente de Odontologia Legal na Faculdade de Odontologia do Pará e tinha o Curso de Administração Pública da Fundação Ge• túllo Vargas. Findou sua existência terrena, em São Luís do Maranhão, a 1.º de dezembro de 1964. O comércio cerrou suas portas, uma hora antes do entêrro, e a carreta foi puchada pelos operários maranhen– ses até o Cemitério de São Pantaleão, onde numerosos oradores de– ram largas à sua saudade. Wladimir Emanuel, em comovida página sôbre O HOMEM DA BE~M NOVA, vê em Paulo de Oliveira "o sujeito mais credenciado, dentre quantos, para narrar, em todos os aspectos, literário, histó-

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