Revista da Academia Paraense de Letras 1968

Benção Quando, por lima lei das supremas instâncias, o poeta aparece em o mundo entediado, de blasfemias referia, a mãe, surpresa e em ancias, a Deus qz~e se apieda, o punho alça crispado. - "Em vez de alimentar êste aborto monstruoso, antes de cobras fosse o parto uma ninhada. maldita à noite em que, por efêmero gozo, de pronto, no meu W!ntre, eu me vi condenada. Pois me elegeste tu, das mul/t::>res do mundo, para a desgraça ser, do mr:u triste marido, já que •a prenda de amor, que es/e monstrengo imundo, não pode ser por mim às chamas devolvido, Eu farei refletir teu ódio que em mim anda, sôbre o instrumento máu da tua crueldade, e tanto hei de abalar essa árvore nefanda, que ela nunca dará botões na mocidade". - A espuma de seu ódio é assim que ela dispara, e sem compreender os designios etémos, nos abismos da gehena ela mesma prepara, a fogueira propícia aos delitos matemos. Dum anjo sob a guarda invisível, no entanto, embriaga-se de sol o mÍ.!\"'ro menino, e no que bebe e come, em tudo, encontra o éncanto, uma doce ambrosia, alvo nectar divino. Com as nuvens conversa e brinca com o vento, no caminho da cruz, em cantos se desata, e o espfrito que o segue em cada movimento, chora, vendo-o feliz, como ave na mata. l:

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