Revista da Academia Paraense de Letras 1968

Só as árvores caladas Compreendem meu sofrimento, Com as cópas silenciadas Apontando ao firmamento. Garça que cismas nitente Do awl cristal sôbre o lago, Es a sibíla presente, Da Amazônia o olhar presságo. Quando vós vejo, ó Florestas Com o sonho que vós exempla, Julgo ser, nas sombras mestas, Um pajé que vós contempla : Oiço as origens do Míto Cantando num mundo além, As tradições do meu rito Cujo idioma é de ninguém ! Quando o arvorêdo falava . .. E cada arbusto era um povo, Quando essa Sélva cantava Sorrindo um paraíso novo! Por isso, meu ouvido, é um mundo Que •escuta as vozes doSó : O labirinto profundo Dos mistérios do Igapó. (Livro: "Crômos Amazônicos"

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0